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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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17.02.24

O mais relevante não é o dilúvio, mas a ALIANÇA de Deus

mpgpadre

       1 – O povo da Bíblia, o povo judeu, pouco a pouco vai tomando consciência que Deus quer a felicidade e a salvação das pessoas e dos povos. Enquanto as civilizações vizinhas arranjam um deus por cada situação que não conseguem explicar, os judeus "percebem" que há um só Deus, que é criador, e que cria por amor. Logo, por amor não vai querer destruir a obra criada nem exigir sacrifícios que exijam a morte dos seus filhos.

       A descoberta que Deus é UM e é um Deus Pessoal que Se preocupa com a humanidade, e que Se ocupa daqueles que se desviam do Seu caminho, dando sinais e enviando mensageiros, dá aos judeus a garantia e a segurança que podem confiar n'Ele em todas as circunstâncias, concluindo que o mal existente resulta do pecado, do egoísmo e da inveja, ou das próprias leis da natureza. Há momentos duros que não entendem. Ainda assim, confiam que Deus não os abandona. Pedem que Deus volte, ou melhor, que os seus corações percebam a proximidade de Deus, como no salmo proposto para este domingo:

Mostrai-me, Senhor, os vossos caminhos,

ensinai-me as vossas veredas.

Guiai-me na vossa verdade e ensinai-me,

porque Vós sois Deus, meu Salvador.

 

Lembrai-Vos, Senhor, das vossas misericórdias

e das vossas graças que são eternas.

Lembrai-Vos de mim segundo a vossa clemência,

por causa da vossa bondade, Senhor.

 

O Senhor é bom e reto,

ensina o caminho aos pecadores.

Orienta os humildes na justiça

e dá-lhes a conhecer a sua aliança.

       O dilúvio é ocasião para o povo de Israel tomar consciência de Deus e da Sua Aliança a favor do Povo.

       Abraão, mais à frente, percebe e faz perceber ao seu povo que Deus não quis, não quer, a morte do seu filho. Nos povos vizinhos, o primeiro filho era oferecido aos deuses para aplacar a sua ira contra os filhos futuros e contra o povo ou o clã. Este é um grande avanço civilizacional: os filhos são uma bênção (de Deus), Deus não pode querer mal àqueles que cria e abençoa.

 

 

       2 – Na primeira leitura é evidente a distância da fé de Israel em relação aos povos daquela região e daquele momento da história. O dilúvio é entendido como castigo de Deus pelos pecados do povo. Durante alguns anos, e na discussão entre ciência e religião (bíblia), discutiu-se esta passagem, concluindo-se que era simbólica e nada tinha de correspondência histórica. Hoje aceita-se que terá havido dilúvio, com o degelo dos Pólos, e que deixou marcas nas pessoas. Não da forma como é descrito, nem nas proporções apresentadas, mas ainda assim marcante para os sobreviventes. E sabemos como as tradições passam de geração em geração e como a cada ponto, outro ponto se acrescenta. O texto remete para um tempo muito longínquo, conhecido pelas narrações orais. Também aqui seria impensável qualquer texto jornalístico (e mesmo que o fosse não estaria isento da interpretação do jornalista e/ou historiador).

       Para os judeus, porém, o mais relevante não é o dilúvio, mas a ALIANÇA de Deus com o Seu povo. Da humanidade destruída, Deus resgata aqueles que pode para viverem tempos novos. O dilúvio destrói. Muito maior, porém, é a destruição que brota do coração e das mãos humanas. É aqui que a ALIANÇA de Deus com o Seu povo há de incidir.

       "Estabelecerei convosco a minha aliança: de hoje em diante nenhuma criatura será exterminada pelas águas do dilúvio e nunca mais um dilúvio devastará a terra".

       O que devasta a terra, daquele e deste tempo, não são tanto os dilúvios e os desastres naturais, como o pecado dos homens e dos povos, crendo-se que hoje existem algumas "calamidades naturais" que poderiam ter sido evitadas, ou pelo menos minorar as suas consequências desastrosas.

       Exemplo disso, a poluição; a deposição de lixos tóxicos nas montanhas, nos rios, nos mares, nos Pólos; a desflorestação, que facilita as derrocadas, e estas, por sua vez, podem tornar-se um perigo para as habitações que se encontram no seu caminho; os incêndios, muitos deles na procura de transformar as florestas em terra de cultivo ou locais para habitação, ou simplesmente para obter madeira mais barata; a construção habitacional em zonas de risco elevado de ocorrerem sismos, tremores de terra, proximidade às placas tectónicas, zonas litorais com previsão de maremotos e tsunami (s); construções deficientes ao nível da segurança, para essas zonas de risco, numa tentativa de rentabilizar custos à custa de menosprezar os avisos, os estudos e as previsões de acidentes futuros.

       Acrescente-se a isso as calamidades provocadas, muito mais destruidoras: a guerra, os efeitos do comércio de droga e a toxicodependência, a fome, a escravização no trabalho, os maus tratos, os conflitos dentro das famílias e entre famílias, entre povos...

       A Aliança de Deus com a Humanidade parte do AMOR de Deus para nos redimir, para nos conduzir aos novos céus e nova terra de paz e harmonia, de aproximação e reconciliação, onde todos possam ver valorizados como filhos.

 

       3 – Em Jesus, Deus leva a Aliança à plenitude. N'Ele cumprem-se as promessas feitas a todo o povo, e do povo para a humanidade inteira. Com a Encarnação, Deus entra na história e no tempo, para rasgar novos horizontes de fraternidade e de vida nova. Juízes, reis e profetas, e muitas formas que Deus encontra para Se fazer presente. Na plenitude dos tempos envia o Seu próprio Filho.

       No Evangelho proposto para este primeiro Domingo da Quaresma, Marcos fala das tentações de Jesus, impelido ao deserto para rezar, e para que no despojamento de todas as comodidades materiais, Ele sinta mais suave e mais forte a presença de Deus Pai.

        "O Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O. Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

       A dureza do deserto é igual para todos. Também Jesus sente essa dureza, não apenas em vésperas de iniciar a vida pública, mas ao longo de toda a jornada. Muitas serão as situações em que era mais fácil e apetecível seguir um caminho mais leve, mais breve, mais confortável, mais espetacular, mais evidente. Jesus resiste. Aquele que perseverar será salvo. Trilha o caminho da humanidade, em tudo, nas festas e na alegria, na secura e na fragilidade, no sofrimento e na morte, em família e na sinagoga, no campo e na cidade, procurando em tudo ser a transparência de Deus Amor.

       "Cristo morreu uma só vez pelos pecados – o Justo pelos injustos – para vos conduzir a Deus. Morreu segundo a carne, mas voltou à vida pelo Espírito. Foi por este Espírito que Ele foi pregar aos espíritos que estavam na prisão da morte e tinham sido outrora rebeldes, quando, nos dias de Noé, Deus esperava com paciência, enquanto se construía a arca, na qual poucas pessoas, oito apenas, se salvaram através da água".

       Com a paixão redentora de Jesus, Ele conduz-nos a Deus. A aliança chega ao seu termo, à sua plenitude. E é, neste concreto, NOVA ALIANÇA, fundada no sangue e no corpo de Jesus, selada na Ressurreição de entre os mortos.


Textos para a Eucaristia (ano B): Gn 9,8-15; Sl 24 (25); 1 Pe 3,18-22; Mc 1,12-15.

02.12.15

Leituras: D. ANTÓNIO COUTO - O LIVRO DOS SALMOS

mpgpadre

D. ANTÓNIO COUTO (2015). O Livro dos Salmos. Cucujães: Editorial Missões. 120 páginas.

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       D. António José da Rocha Couto é um reconhecido estudioso da Bíblia. O Bispo de Lamego não deixa de ler, meditar, estudar, interessar-se por temáticas teológicas e concretamente bíblicas.

       Cada semana é possível acompanhar a reflexão/estudo de D. António às Leituras de cada domingo, especialmente do Evangelho, no seu blogue MESA DE PALAVRAS. Por outro lado, a publicação em livro destas pistas de reflexão aprofundada da palavra de Deus para o ciclo de três anos (até ao momento publicados os Domingos do ano A e do Ano B; aguarda-se a publicação do ano C; em simultâneo e como complemento, a introdução ao Evangelho de São Mateus e ao Evangelho de São Marcos, aguardando-se o estudo/introdução a São Lucas.

        Entretanto, D. António Couto coloca em nossas mãos este estudo sobre o Livro dos 150 Salmos. Sabendo-se que o conjunto dos Salmos já formaria um livro e daria para vários estudos, D. António entendeu fixar-se em alguns Salmos mais significativos.

       Os Salmos são a resposta que o Homem dá a Deus. De Deus nos vem a Palavra e a Sabedoria, a Graça e a Salvação. Respondemos com louvor e com súplica, reconhecendo a grandeza de Deus e a nossa pequenez, a misericórdia de Deus e o nosso pecado. Ainda que as nossas palavras sejam grito e protesto, encontram um olhar, um coração que escuta, que envolve, que ama, que perdoa e nos redime.

       "Os Salmos - diz D. António - são para cantar com toda a intensidade, ao som de instrumentos musicais, para entregarmos a Deus a nossa alegria, mas também o ódio que nos habita. Rezar é entregar tudo a Deus. As coisas belas, claro. Mas também o lixo, o mato e as silvas que nos habitam. A oração dos Salmos, recitada com toda a intensidade, depura e decanta a nossa vida, de Deus recebida e a Deus oferecida, por Deus agraciada e transformada, transfigurada".

       Mais à frente, D. António reforça a ideia: "Dizer «Salmos» ou «Saltério» é dizer intensidade, vida, energia, canto, música, alegria, prazer, festa e ainda que, por vezes, dorida".

       Um pequena história recolhida por D. António Couto, sobre o mistério do homem:

A história do insensato do Rabbi Hanoch: «Era uma vez um homem insensato e, por isso, era chamado golem. Quando se levantava de manhã tinha de se haver com o difícil problema de encontrar as roupas para vestir, de tal modo que à noite, só de pensar nisso, já tinha medo de se deitar. Mas uma noite encheu-se de coragem, pegou num lápis e numa folha de papel, e, enquanto se despia, tomou nota do lugar onde poisava cada peça de roupa. Na manhã seguinte, levantou-se todo contente e pegou na sua lista: o barrete ali, e enfiou.o na cabeça, as calças acolá, e vestiu-as; a assim por diante até ter vestido tudo. "Sim, mas eu, onde estou eu?", perguntou-se a si mesmo, "onde estou eu?". Em vão procurou e voltou a procurar. Não conseguiu encontrar-se. E assim sucede também connosco, concluiu o Rabbi». E, conclui D. António: "Só sabemos onde estamos quando é Deus a formular a pergunta e a fazer-nos encontrar a resposta".

       Nesta obra de D. António Couto, O Livro dos Salmos, é possível perceber um pouco mais sobre os Salmos, a sua origem, significado, e rezá-los com mais intensidade. É um trabalho a utilizar por estudantes e por especialistas, mas também percep´tivel para quem quiser aprofundar os seus conhecimentos dobre a Sagrada Escritura, sempre com o propósito de rezar melhor e comprometer-se com a oração, fazendo que o Bem que recebemos de Deus, se multiplique na partilha com os irmãos.

21.02.15

Jesus esteve 40 dias no deserto...

mpgpadre

1 – "O Espírito Santo impeliu Jesus para o deserto. Jesus esteve no deserto quarenta dias e era tentado por Satanás. Vivia com os animais selvagens e os Anjos serviam-n’O. Depois de João ter sido preso, Jesus partiu para a Galileia e começou a pregar o Evangelho, dizendo: «Cumpriu-se o tempo e está próximo o reino de Deus. Arrependei-vos e acreditai no Evangelho».

O primeiro Domingo da Quaresma traz-nos o episódio das Tentações de Jesus. As tentações a que Jesus está sujeito são as mesmas tentações do povo de Deus ao longo do deserto. O povo cedeu. Jesus ajuda a superar as tentações em entrega confiante a Deus.

Jesus, verdadeiro homem, é tentado como qualquer um de nós. As nossas tentações são visualizáveis em Jesus, porque em tudo Se identifica connosco. Os desertos da nossa existência podem tornar-se tempo de dúvida e de provação, de amadurecimento e de purificação dos nossos propósitos e compromissos. Quarenta anos: a Quaresma do povo da Primeira Aliança para entrar na Terra da Promessa. Jesus é a Promessa que se cumpre para nós. Quarenta dias em que Se prepara para Se dar totalmente a nós, sem reservas e sem medos.

O alimento de Jesus é a realização da vontade do Pai. Eu venho, Senhor, para fazer a Vossa vontade (cf. Heb 10, 1-10). A tentação acompanha-O ao longo da vida. Há n’Ele uma força maior: a presença de Deus. Com efeito, é o Espírito Santo que O conduz ao deserto. É o mesmo Espírito que Se manifesta no Batismo. O tentador é forte, mas Deus assiste Jesus com os Seus santos Anjos.

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2 – Deus assiste-nos do mesmo jeito que a Jesus, desafiando-nos a dar o melhor de nós e a acolher os outros como irmãos. É possível que as tentações nos acerquem. É possível seguir Jesus, fazer como Ele, deixar-se conduzir pelo Espírito de Deus.

Se o Seu alimento – a vontade do Pai – o livra do mal e das manifestações diabólicas, também a nós nos dará a força e a caridade para, em cada dia, encontrarmos razões que nos atraiam para o bem e para a verdade, pois Ele é o nosso Caminho e a nossa Vida.

Vale a pena reler algumas palavras do Papa Francisco na sua Mensagem para esta Quaresma, e das quais faz eco D. António Couto, Bispo de Lamego, ao dirigir-se à Diocese, convocando-nos a marcar a diferença num mundo em que a indiferença pelos outros se globaliza.

Diz o Papa: "Dado que a indiferença para com o próximo e para com Deus é uma tentação real também para nós, cristãos, temos necessidade de ouvir, em cada Quaresma, o brado dos profetas que levantam a voz para nos despertar. A Deus não Lhe é indiferente o mundo, mas ama-o até ao ponto de entregar o seu Filho pela salvação de todo o homem". 


Textos para a Eucaristia (ano B): Gen 9, 8-15; Sl 24 (25); 1 Pedro 3, 18-22; Mc 1, 12-15.

 

Reflexão COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE

09.09.14

Leituras - BENTO XVI - A Oração Cristã

mpgpadre

BENTO XVI (2012). A Oração Cristã. Braga: Editorial Franciscana. 128 páginas.

       Ao longo do ano de 2011, o papa Bento XVI dedicou as catequeses das Audiências Gerais, das quartas-feiras, à oração: "Depois das catequeses sobres os Padres da Igreja, sobre os grandes teólogos da Idade Média, sobre as grandes mulheres, escolhemos um tema muito querido a todos nós: é o tema da oração, de modo específico da cristã, ou seja, a prece que Jesus nos ensinou e que a Igreja continua a ensinar-nos. Com efeito, é em Jesus que o homem se torna capaz de se aproximar de Deus com a profundidade e a intimidade da relação da paternidade e filiação... é preciso aprender a rezar, quase adquirindo esta arte sempre de novo; mesmo aqueles que são muito avançados na vida espiritual sentem a necessidade de se pôr na escola de Jesus para aprender a rezar autenticamente".

       A Sagrada Escritura exemplifica como os grandes líderes são também homens orantes: Abraão, Jacob, Moisés, David, Jesus Cristo. Sem esquecer a Mãe de Jesus. Com efeito, a oração de Jesus reassume o Fiat de Maria. Conhecer o Pai, implica identificar-Se com Ele, fazer a Sua vontade.

  • As diferentes catequeses:
  • A oração dos Antigos
  • Oração e sentido religioso
  • A intercessão de Abraão por Sodoma
  • Luta noturna e encontro com Deus (Jacob-Israel)
  • A intercessão de Moisés pelo povo
  • Profetas e orações em confronto
  • O povo de Deus que reza: os Salmos
  • A meditação
  • Arte e Oração
  • "Levanta-te, Senhor, e salva-me!" Salmo 3
  • "Meu Deus, Meu Deus, por que Me abandonaste?" Salmo 22 (21)
  • "O Senhor é meu Pastor, nada me faltará" Salmo 23
  • "Grandes coisas fez por mim o Senhor" Salmo 126
  • O "Grande Hallel" Salmo 136 (135)
  • O grande cântico da Lei. Salmo 119 (118)
  • O Rei Messias. Salmo 110 (109)
  • A oração atravessa toda a vida de Jesus
  • A jóia do Hino de Júbilo
  • A oração diante da ação benéfica e curadora de Deus.

        Em cada uma das catequeses, o papa Bento XVI faz-nos sentir próximos de Jesus, mostrando nas diversas formas de oração, como elas nos podem identificar com Jesus. Por sua vez, Jesus é o grande oração, cuja oração nunca é interrompida, aproximando-O das pessoas. A oração mostra a intimidade com o Pai e a força que n'Ele se manifesta. É uma oração curativa. Nos momentos mais importantes e significativos da vida de Jesus, a oração estende-se pela noite.

       Jesus ensina-nos a rezar, para que a vontade do Pai se realize em nós e através de nós.

       Bento XVI, de forma simples e didática convoca-nos à oração: dos salmos, leitura e meditação da Palavra de Deus, nomeadamente dos Evangelhos, meditação > ruminação. Como em outros momentos, o recurso a exemplos, no diálogo com a contemporaneidade, mas fazendo memória da cultura, da arte, da civilização.

25.05.14

Leituras - PAGOLA - Pai-nosso. Orar com o Espírito de Jesus

mpgpadre

JOSÉ ANTONIO PAGOLA (2012). Pai-nosso. Orar com o Espírito de Jesus. Petrópolis: Editora Vozes, 144 páginas.

       José Antonio PAGOLA é já nossa conhecido destas andanças. Recomendaram-no-lo e agora recomendamo-lo em outras tantas leituras. Sacerdote católico. Professor catedrático. Teólogo, dedicando-se sobretudo à Pessoa de Jesus Cristo.

       Este é um livrinho sobre o Pai-nosso. Sendo a oração mais importante dos discípulos, pois é original. A única oração criada e ensinada por Jesus. Simples. Contém o essencial da Mensagem de Cristo. É um Evangelho breve e simples. Tem o essencial. Há muitos estudos, reflexões, propostas sobre esta oração. E cada livrinho nos pode trazer coisas novas, ainda que o ponto de partida seja Cristo, seja a Sua ligação com o Pai, ligação na qual nos enxerta.

       Pagola reflete, numa primeira parte, nos três pedidos iniciais do Pai-nosso: "Santificado seja", "venha o Teu Reino", "Seja feita a Tua vontade", e nas quatro súplicas: "Dá-nos o Pão", "Perdoa-nos a nossas ofensas", "Não nos deixes cair em tentação", "Livra-nos do mal". Para cada uma das preces, o autor enriquece as suas reflexões com outras passagens do da Sagrada Escritura, mormente com palavras de Jesus Cristo, do Evangelho, com a recorrência dos Salmos, orações também usadas amiúde por Jesus.

       A segunda parte, subdividindo, pelas 7 preces (pedidos e súplicas), num convite à oração do Pai-nosso, com o recurso aos Salmos. Enquanto na primeira parte se valoriza a reflexão, nesta segunda, o convite à oração. Para cada uma das expressões do Pai-nosso, a sugestão de vários Salmos, com os quais nos permite rezar e também perceber melhor a riqueza inesgotável do Pai-nosso.

29.10.13

Pelos prados e campinas... É o Senhor que me leva

mpgpadre

       Proposta como cântico na Eucaristia Dominical, na Paróquia de Nossa Senhora da Conceição, de Tabuaço. Autoria do Pe. Zezinho:

 

1. Pelos prados e campinas verdejantes eu vou,

é o Senhor que me leva a descansar.

Junto às fontes de águas puras repousantes eu vou,

minhas forças o Senhor vai animar.

 

Tu és Senhor, o meu pastor:

por isso, nada na minha vida faltará. (2x)

 

2. Nos caminhos mais seguros junto d’Ele eu vou,

e para sempre o Seu nome eu honrarei.

Se eu encontro mil abismos nos caminhos eu vou,

segurança sempre tenho em Suas mãos.

 

3. Ao banquete em Sua casa muito alegre eu vou,

um lugar na Sua mesa me preparou.

Ele unge minha fronte e me faz ser feliz,

e transborda a minha taça em Seu amor.

 

4. Com alegria e esperança caminhando eu vou,

minha vida está sempre em Suas mãos.

E na casa do Senhor eu irei habitar,

e este canto para sempre irei cantar.

26.10.13

Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador

mpgpadre

       1 – Só a humildade nos alcança a misericórdia e a verdadeira sabedoria, que nos é dada em Jesus Cristo, a Sabedoria por excelência. A soberba e a prepotência encerram-nos em nós. Se nos consideramos como referência, ficaremos para sempre na ignorância que gera arrogância. Os outros serão um inferno (Sartre). Ratzinger (Bento XVI), na sua Introdução ao Cristianismo (1968), contrapõe: “o inferno é a solidão experimentada por aquele que não quer aceitar nada, que se recusa a ser mendigo, para se enclausurar em si mesmo”.

       A palavra de Deus aguça o nosso espírito, desperta a nossa mente e o nosso coração. Jesus é Palavra que Se faz carne, Corpo, Pessoa, entre nós, um de nós, Deus connosco. É AMOR que nos guia para o Pai, assumindo-nos como irmãos, entregando-nos a Sua vida, dando-nos a Vida eterna.

       Sendo de condição divina, não Se arroga esse direito, identifica-Se connosco. Abaixa-Se para nos elevar. Faz-Se pobreza, profundamente humano, para nos engrandecer com a Sua riqueza.

       Como discípulos, não se espera outra opção que não seja o caminho de abertura e conversão.

       2 – Diante do Senhor não nos adianta ser o que não somos. Ele conhece-nos intimamente. Não precisamos de justificações, pois só a Sua misericórdia justifica a nossa vida.

       Ao templo, acorrem dois homens. Um fariseu, um homem de bem, considerado social e politicamente. Já se sente justificado. “Eu sou bom, Senhor, sou melhor que todos os outros. Os outros são maus, bêbados, prevaricadores. Ainda bem que não sou um deles”.

       O outro, um cobrador de impostos, publicano, inimigo da gente boa, excluído do jet-set social, religioso, político. Abre o seu coração para Deus. Não precisa de fingir. Mantém-se em atitude suplicante, à distância, sabendo da sua pequenez e do seu pecado, mas aberto à confiança num Deus compassivo e bom: «Ó Deus, tem piedade de mim, que sou pecador». O reconhecimento do nosso pecado coloca-nos na esteira da conversão.

       Jesus apresenta este último como o modelo do discípulo. Aqueles que se exaltam serão humilhados. Aqueles que se humilham serão exaltados. O fariseu não se quer misturar. Está muito à frente. Curiosamente, Jesus vem misturar-se com os pecadores, vem para ser um de nós, não à distância do Céu, mas a partir da terra dos homens, deste chão que nos irmana.

Olhemos para Maria, a cheia de graça. Não é Ela que assim se  apresenta. É Deus que A reconhece. A sua postura é a da pobreza: «O Senhor… pôs os olhos na humildade da sua serva». «Eis a serva do Senhor, faça-se em mim segundo a tua palavra» (Lc 1, 38.48).

 

       3 – Nos regimes comunistas, com a luta de classes, procurava-se substituir os patrões, colocando no seu lugar os trabalhadores. Para elevar uns, destronavam-se os outros. Teoricamente a luta de classes visava a eliminação das mesmas. Na prática foi um desastre completo. Faltava-lhe a CARNE, o Amor, Alguém que superasse todo o egoísmo humano.

       Para os cristãos não é preciso anular uns para promover outros, exige-se, porém, maior responsabilização, maior equidade, e uma repartição mais efetiva de bens materiais e culturais, procurando que todos estejam bem, vivam dignamente, como irmãos, como família.

       Na verdade, “o Senhor é um juiz que não faz aceção de pessoas. Não favorece ninguém em prejuízo do pobre… Atende a prece do oprimido”. Na verdade, “o Senhor está perto dos que têm o coração atribulado… os justos clamaram e o Senhor os ouviu…” Deus a todos atende, mas são os doentes que precisam de médico, não os sãos.

 

       4 – A lógica é a da sempre. Na oração e na vida. Na fé e em tudo o que nos liga aos outros, diante de Deus. Humildade. Abertura. Serviço. Amor. Partilha de bens e de dons. Comunhão de irmãos em Cristo. Ele estará connosco. Sempre que estivermos ao serviço dos irmãos, sempre que em Seu nome nos reunirmos e fizermos o bem.

       Também a oração de Paulo é confiante. Consciência tranquila. Reconhece-se uma referência, mas como expressão da misericórdia de Deus, que o favoreceu, chamando-o e enviando-o.


Textos para a Eucaristia: Sir 35, 15b-17.20-22a; Sl 33 (34); 2 Tim 4, 6-8.16-18; Lc 18, 9-14

 

 

  ou no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

19.10.13

E Deus não fará justiça aos seus eleitos?

mpgpadre

       1 – Deus não dorme. Por vezes, perante os sofrimentos pessoais e o mal no mundo, poderemos interrogar-nos como o salmista: “Levanto os olhos para os montes: de onde me virá o auxílio?” Quantas situações da vida em que nos sentimos perdidos, a naufragar! É nessas horas que a esperança em Deus se torna mais necessária.

       Rezava Santa Teresa de Jesus, com humildade e confiança: “Nada te turbe, nada te espante. Tudo passa. Deus não muda. A paciência tudo alcança. Quem a Deus tem nada lhe falta. Só Deus basta”.

       Quando tudo se volatiza em águas revoltas, Deus permanece fiel. “O meu auxílio vem do Senhor que fez o céu e a terra. Ele não deixará que vacilem os teus pés; aquele que te guarda, não dormirá. Pois não há de dormir nem dormitar, aquele que guarda Israel. O Senhor é quem te guarda e está a teu lado. O Senhor protege-te nas tuas idas e vindas, agora e para sempre”.

       A fé em Deus, que é Pai, há de ser a música de fundo que orienta, envolve e sustenta, a minha, a tua, a nossa vida. As grandes inquietações da vida: quem sou? Que ando cá a fazer? O que há depois da morte? Quem é Deus? Onde está Deus no sofrimento?

       Se porventura nos faltar a paciência e o discernimento, ainda assim, Deus não deixará de ouvir o nosso clamor e atender à nossa prece. Com efeito, Jesus Cristo revela-nos, em plenitude, o AMOR de Deus que permanece, agora e eternamente. Ele é o ROSTO e a presença de Deus no meio de nós, pelo Espírito Santo.

       2 – A fé é sobretudo LUZ que ilumina o nosso peregrinar. Não resolve tudo, mas aponta-nos a Meta.

       Jesus, convida-nos à oração, sem desistir nunca. Para melhor ilustrar o seu desafio, Jesus conta a parábola de uma viúva que sistematicamente vai à presença do juiz da cidade para que lhe faça justiça. O juiz não a atende por achar justo fazê-lo mas pela insistência e pelo incómodo: «Embora eu não tema a Deus nem respeite os homens, contudo, já que esta viúva me incomoda, vou fazer-lhe justiça, para que me deixe de vez e não volte a importunar-me».

       No prosseguimento da parábola, Jesus contrapõe: «Reparai no que diz este juiz iníquo. E Deus não fará justiça aos seus eleitos, que a Ele clamam dia e noite, e há de fazê-los esperar? Eu vos digo que lhes vai fazer justiça prontamente. Mas, quando o Filho do Homem voltar, encontrará a fé sobre a terra?»

       Jesus garante a resposta de Deus, mas interroga-se sobre a nossa fidelidade e constância. Saberemos alimentar a esperança em Deus e a certeza que Ele nos ama, mesmo nas dificuldades mais intensas? Manteremos viva a chama da fé?

 

       3 – A história de Israel, o Povo eleito, revela-nos a presença atuante de Deus, ainda que pelo meio sobrevenham momentos de privações e provações. A fé é como o amor, e como os amigos, nos apertos testa-se e, na perseverança, fortalece-se.

       É significativo o episódio relatado na primeira leitura. Josué comanda o exército israelita e logo Moisés, o grande líder, lhe garante o apoio pela oração: «Amanhã eu permanecerei firme no cimo da colina e terei a vara de Deus na minha mão».

        Josué confia e parte para a batalha contra Amalec. Refere o texto que “enquanto Moisés tinha as mãos levantadas, era Israel o mais forte; mas quando descansava as mãos, o mais forte era Amalec”. É a oração de Moisés que fortalece os combatentes israelitas.

       A fé tem uma dimensão pessoal, Deus desafia cada um. Mas amadurece em comunidade. Vale o mesmo para a oração. Moisés reza a Deus, mas a sua oração, e a sua fé, apoia-se em Aarão e Hur, ou seja, no povo de Deus: “Pegaram então numa pedra e puseram-na debaixo dele, e ele sentou-se sobre ela. Aarão e Hur sustentavam as mãos dele, um de um lado e outro do outro. E assim as mãos dele permaneceram firmes até ao pôr-do-sol”.

 

       4 – A alegria da fé contagia-nos e faz-nos testemunhas do amor de Deus. Não basta responder ao amor de Deus com acolhimento e com amor, é preciso comunicá-lo aos sete ventos. Em Dia Mundial das Missões, são bem ilustrativas as palavras de São Paulo a Timóteo e à comunidade crente:

       «Tu, porém, permanece firme naquilo que aprendeste… Proclama a palavra, insiste em tempo propício e fora dele, convence, repreende, exorta com toda a compreensão…»

       Oportuna e inoportunamente, cada cristão – e toda a Igreja – está comprometido com o anúncio da Palavra de Deus, deixando-se evangelizar e evangelizando, convertendo-se e propondo a conversão aos outros. “Ai de mim se não evangelizar?"


Textos para a Eucaristia (ano C): Ex 17, 8-13; Sl 120 (121); 2 Tim 3, 14 – 4, 2; Lc 18, 1-8.

 

04.08.13

Guardai-vos de toda a avareza...

mpgpadre

       1 – “Saciai-nos desde a manhã com a Vossa bondade para nos alegrarmos e exultarmos todos os dias. Desça sobre nós a graça do Senhor nosso Deus. Confirmai, Senhor, a obra das Vossas mãos”. Invocamos a bênção de Deus para que os nossos dias não sejam em vão e para que o nosso tempo tenha sentido, na abertura solidária aos outros, na busca do olhar de Deus sobre nós.

       Procuremos Jesus em toda a parte e sobretudo nos irmãos, comprometidos na transformação do mundo, com o coração impelido para as alturas. A nossa pátria é junto de Deus.

“Se ressuscitastes com Cristo, aspirai às coisas do alto, onde Cristo está sentado à direita de Deus. Afeiçoai-vos às coisas do alto e não às da terra. Porque vós morrestes e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus. Fazei morrer o que em vós é terreno... Não mintais uns aos outros, vós que vos revestistes do homem novo, que se vai renovando à imagem do seu Criador. Aí não há grego ou judeu, escravo ou livre; o que há é Cristo, que é tudo e está em todos”.

       A Ressurreição de Jesus não é apenas a antecipação da nossa, mas um processo que nos envolve, numa relação cósmica com todo o universo.

 

       2 – “Vaidade das vaidades: tudo é vaidade. Quem trabalhou com sabedoria, ciência e êxito, tem de deixar tudo a outro que nada fez. Também isto é vaidade e grande desgraça. Mas então, que aproveita ao homem todo o seu trabalho e a ânsia com que se afadigou debaixo do sol? Na verdade, todos os seus dias são cheios de dores e os seus trabalhos cheios de cuidados e preocupações; e nem de noite o seu coração descansa. Também isto é vaidade”.

        Aparentemente Qohélet faz uma confissão de desencanto, de desilusão. Tudo é igual, todos os dias se repetem constantemente. Não há nada de novo debaixo do Céu. Trabalho e canseiras, cuidados e preocupações, tudo é em vão. Nem de noite o coração descansa. Tanta vida que depois tem que se deixar a outros. A experiência não permite grandes voos, pelo contrário, provoca ansiedade. Bons e maus têm o mesmo destino. Por vezes, parece que os que praticam o mal são abençoados, e os que praticam o bem são amaldiçoados.

       O autor, tal como Job, coloca em causa a sabedoria tradicional, onde sobrevinha uma correlação direta entre a bênção e a justiça, os bons eram recompensados e os maus castigados. Job e Qohélet concluem que há homens justos cujos padecimentos são injustificados.

       3 – Um homem aproxima-se de Jesus para que Ele resolva uma contenda de irmãos. Jesus questiona: «Amigo, quem Me fez juiz ou árbitro das vossas partilhas?» E logo alerta: «Vede bem, guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens». A avareza brota do coração, da inveja descontrolada, do ciúme. Trata-se de uma atitude e não tem correlação direta com os bens que se possuem. Há pobres e ricos avarentos.

       Quem trabalha merece ser compensado com justiça e equidade, ainda que o trabalho também deva gerar capital e investimento, assegurando dessa forma a criação de riqueza e de mais emprego para que muitos mais tenham acesso aos recursos da terra e a oportunidade de viverem com o fruto do trabalho, realizando-se como pessoas. Numa perspetiva cristã, mais se acentua a dignificação da pessoa e do trabalho como forma de cooperar na obra criadora de Deus.

       Importa, desde logo, não descartar a relevância da caridade, da partilha solidária, com quem não tem ou não pode ter.

 

      4 – Para uns e outros, Jesus reafirma: «Guardai-vos de toda a avareza: a vida de uma pessoa não depende da abundância dos seus bens...». Importa tornar-se rico aos olhos de Deus. O que acumula apenas para si acabará por se perder. Tarde, por vezes, nos damos conta que dependemos uns dos outros, no bem e no mal. Beneficiamos do bem alheio e somos atingidos pelo mal dos outros.

O Pão nosso de cada dia nos dai hoje, Senhor. Mas dai-nos também a alegria e a coragem da partilha solidária, valorizando o fruto do nosso trabalho e tornando-o dom. “Ensinai-nos a contar os nossos dias, para chegarmos à sabedoria do coração”. Que as preocupações do tempo presente não nos façam esquecer a nossa origem e o nosso fim comum: em Deus, para Deus, com os outros.


Textos para a Eucaristia (ano C):
Co (Ecle) 1, 2; 2, 21-23; Sl 89 (90); Col 3, 1-5.9-11; Lc 12, 13-21.

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