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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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16.10.16

Leituras: Maria Teresa Gonzalez - Um Lápis chamado Teresa

mpgpadre

MARIA TERESA MAIA GONZALEZ (2016). Um lápis chamado Teresa. Prior Velho: Paulinas Editora. 72 páginas.

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Há livros pequenos em tamanho que são enormes pelo conteúdo e pelas marcas que podem deixar impressas, pelos desafios que nos lançam.

É conhecida a afirmação da Santa Teresa de Calcutá sobre o trabalho a favor dos mais pobres dos pobres: Sou um lápis nas mãos de Deus. A Madre Teresa de Calcutá não se deixava engrandecer, mas remetia o louvor para Deus, pois é Ele que chama, que envia, dá força, compromete. Cuidar das feridas de alguém maltratado, abandonado, excluído, é cuidar das feridas de Jesus. O que fizerdes ao mais pequeno dos meus irmãos é a Mim que o fazeis.

A autora torna fácil a biografia de Madre Teresa de Calcutá. Sentando-se como aluna nas cadeiras da escola, no quarto ano de escolaridade, quando a professora Maria do Carmo nos pediu para fazer um trabalho «se eu fosse...» A narradora relata que escreveu "Se eu fosse um lápis". O diálogo com a tia vai permitir-lhe conhecer a frase de Madre Teresa de Calcutá - Sou um lápis nas mãos de Deus. Três anos depois, na época em que está a escrever, a autora faz outro trabalho, agora específico sobre a Mãe dos Pobres.

O professor de Português pediu uma mini-biografia sobre uma personagem importante e, de preferência, que tivesse o mesmo nome ou de um familiar. Como Teresa será sobre Teresa de Calcutá que a narradora fará o seu trabalho, surpreendo os outros, mas surpreendendo-se, pois no final, verifica que talvez os santos não estejam muito na moda... o mais importante talvez não seja a nota do trabalho, mas identificar-se com a biografada.

A linguagem do livro é própria de um adolescente, mas cuidada, para ressalvar o realmente importante. No final do livro algumas frases conhecidas de Madre Teresa de Calcutá:

"Precisamos de dizer aos pobres que são alguém para nós. Que também eles foram criados pela mão de Deus, para amarem e serem amados"

"Todas as nossas palavras serão inúteis se não brotarem do fundo do coração. As palavras que não dão luz aumentam a escuridão"

"Façam algo de belo para Jesus (...) Desprendam-se dos vossos bens e do vosso tempo. Deem até doer"

"Não estamos no mundo apenas para existir. Não estamos só de passagem. A cada um de nós foi dada a capacidade de fazer algo maravilhoso!"

"Trabalhai por Jesus e Jesus trabalhará convosco".

"Jesus espera-nos sempre em silêncio. Escuta-nos em silêncio e no silêncio fala às nossas almas. No silêncio é-nos dado poder escutar a sua voz"

A vida é uma oportunidade, agarra-a.
A vida é beleza, admira-a.
A vida é felicidade, saboreia-a.
A vida é um sonho, faz dele uma realidade.
A vida é um desafio, enfrenta-o.
A vida é um dever, cumpre-o.
A vida é um jogo, joga-o.
A vida é preciosa, cuida dela.
A vida é uma riqueza, conserva-a.
A vida é amor, aprecia-o.
A vida é um mistério, penetra-o.
A vida é promessa, cumpre-a.
A vida é tristeza, vence-a.
A vida é um hino, canta-o.
A vida é um combate, aceita-o.
A vida é aventura, arrisca-a.
A vida é alegria, merece-a.
A vida é vida, defende-a.

03.09.16

Tomar a própria cruz e seguir Jesus

mpgpadre

1 – A vocação primeira do cristão é seguir Jesus. Segui-l'O amando-O antes e acima de tudo. Quanto mais próximos de Deus mais disponíveis para amarmos e servirmos os irmãos.

A atualidade deixa-nos ansiosos e preocupados. Tantas são as tarefas e tão urgentes que deixamos de ter tempo para o essencial: a vida, os amigos, a família, a qualidade na relação com os outros.

A vivência do domingo – dia de descanso – era uma belíssima oportunidade para promover o encontro social, cultural, religioso, familiar. O trabalho é muito importante, como realização pessoal-profissional, como ganha-pão, como transformação do mundo e supressão de carências. Mas o trabalho não é tudo. É um drama para quem não um trabalho digno e uma condigna remuneração. Mas também é dramático quando o trabalho justifica as chatices com a família, o afastamento crónico dos filhos, a indisponibilidade para os amigos.

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2 – O Evangelho é para todos. «Se alguém vem ter comigo, e não Me preferir ao pai, à mãe, à esposa, aos filhos, aos irmãos, às irmãs e até à própria vida, não pode ser meu discípulo. Quem não toma a sua cruz para Me seguir, não pode ser meu discípulo... quem de entre vós não renunciar a todos os seus bens, não pode ser meu discípulo».

A vida é feita de escolhas que implicam renúncias, sacrifícios, gastando prevalentemente as energias e a vida na opção que fizemos. Quando não se escolhe, também se escolhe não escolher ou deixar que outros escolham ou que a vida se encarregue de nos arrastar.

Se decidimos ser cristãos, ajamos como cristãos, agrafando a nossa vida à vida de Jesus.

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3 – Neste domingo, 9 anos depois da sua morte (5 de setembro de 1997), é canonizada a Madre Teresa de Calcutá, cujo testemunho de vida transparece a entrega total a Jesus Cristo, que se refletiu no serviço aos mais pobres dos pobres. Nasceu a 26 de agosto de 1910, em Skopje, na Albânia. O nome de batismo é Agnes (Inês) Ganxhe Bojaxhui. Em 19 de outubro de 2003 foi beatificada por João Paulo II.

Madre Teresa sintoniza-nos com o Evangelho: "Pela minha missão, pertenço a todo o mundo, mas o meu coração pertence a Jesus Cristo... Quando olhamos para a cruz, compreendemos a grandeza do Seu amor. Quando olhamos para a manjedoira compreendemos a ternura do Seu amor por ti e por mim, pela tua família e por cada família... Nunca estejais tristes. Sorri, pelo menos, cinco vezes por dia. Basta um sorriso, um bom-dia, um gesto de amizade. Fazei pequenas coisas com grande amor... Muitos de vós, antes de partir, vão pedir-me autógrafos. Seria melhor que vos aproximasses de um pobre e, através dele, pudésseis encontrar o autógrafo de Cristo".

Na oração e na intimidade com Deus forjou a ousadia para servir os enjeitados deste mundo e destes reinos!

«Reza como se tudo dependesse de Deus e age como se tudo dependesse de ti. A verdadeira santidade consiste em fazer a vontade de Deus com um sorriso... É fácil sorrir às pessoas que estão fora da nossa casa. É fácil cuidar das pessoas que não se conhecem bem. É difícil ser sempre solícito e delicado e sorridente e cheio de amor em casa, com os familiares, dia após dia, especialmente quando estamos cansados e irritados. Todos nós temos momentos como estes e é precisamente então que Cristo vem ter connosco vestido de sofrimento».

O mundo precisa de Deus. E Deus quer precisar de nós. «Eu sou um lápis nas mãos de Deus. Ele usa-me para escrever o que quer... Demo-nos conta que o que fazemos é apenas uma gota no oceano. Mas sem essa gota, faltaria alguma coisa no oceano. Não devemos pensar na quantidade, nos números. Sejamos capazes de amar uma só pessoa de cada vez, de servir uma pessoa de cada vez... Jesus é o meu tudo. A minha plenitude». O mundo inteiro para cuidar é a pessoa que precisa de mim, agora.


Textos para a Eucaristia (C): Sab 9, 13-19; Sl 89 (90); Flm 9b-10. 12-17; Lc 14, 25-33.

 

REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

07.11.15

Ela, na sua pobreza, ofereceu mais que todos os outros

mpgpadre

1 – Quando o pouco é tudo e quando o muito é insignificante!

A vida não é quantificável pela quantidade, mas qualificável pela qualidade, pela intensidade, pelos momentos que fazem a história de uma pessoa, de uma família, de uma comunidade. Há vidas cronologicamente longas que se resumem a muito pouco, sem marcas relevantes na história; há vidas cronologicamente curtas em que são precisas muitas páginas e muitas vidas para absorver tudo o que foi vivido e cuja herança humana perdura para lá do tempo presente.

Do mesmo jeito a generosidade. Não é comensurável em cálculos matemáticos, mas visualizável no envolvimento da pessoa: está totalmente comprometida com o que dá e a quem dá? Ou é apenas um descargo de consciência? Ou um gesto mecânico de tradição?

Jesus colocou-se em frente da arca do tesouro e observa que muito ricos deitam com ostentação avultadas quantias. Aproxima-se uma viúva (pobre) e deita duas pequenas moedas. Antes Jesus alertava-nos: «Acautelai-vos dos escribas, que gostam de exibir longas vestes, de receber cumprimentos nas praças, de ocupar os primeiros assentos nas sinagogas e os primeiros lugares nos banquetes. Devoram as casas das viúvas, com pretexto de fazerem longas rezas».

Aqueles que tinham a obrigação moral de zelar por todos e sobretudo pelos mais pobres, entre os quais se contavam viúvas e os órfãos, ocupam os lugares para se servirem e usarem de diversas artimanhas para explorar as pessoas mais simples.

Atento ao gesto daquela viúva, Jesus diz aos seus discípulos: «Em verdade vos digo: Esta pobre viúva deitou na caixa mais do que todos os outros. Eles deitaram do que lhes sobrava, mas ela, na sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha, tudo o que possuía para viver».

O próprio Jesus explica por que é que aquela mulher dando tão pouco deu tanto, deu muito mais que outros. Dizia a Madre Teresa de Calcutá, que "o amor, para ser verdadeiro, tem de doer. Não basta dar o supérfluo a quem necessita, é preciso dar até que isso nos machuque... o importante não é o que se dá, mas o amor com que se dá”. De forma semelhante relembrava o Papa Francisco: "Não esqueçamos que a verdadeira pobreza dói: não seria válido um despojamento sem esta dimensão penitencial. Desconfio da esmola que não custa nem dói" (Mensagem para a Quaresma, 2014).

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2 – Elias, um dos profetas mais ilustres do povo eleito, experimenta a generosidade e a grande fé de um pobre viúva, que na míngua de bens, se prepara, juntamente com o filho, para se entregar à morte.

Elias afasta-se de Israel, povo ao qual pertence e que se encontra sujeito a um tempo de provação e purificação por se ter afastado de Deus. Elias refugia-se em Sarepta, cidade da Fenícia, onde será acolhido por uma viúva, que sobrevive à custa das esmolas, cada vez mais escassas em tempo de fome, pelo que lhe soa estranho o pedido de Elias: «Por favor, traz-me uma bilha de água para eu beber... Por favor, traz-me também um pedaço de pão».

Começa a desenhar-se um tempo novo em que a confiança em Deus prevalece além das dificuldades atuais. Responde-lhe a mulher: «Tão certo como estar vivo o Senhor, teu Deus, eu não tenho pão cozido, mas somente um punhado de farinha na panela e um pouco de azeite na almotolia. Vim apanhar dois cavacos de lenha, a fim de preparar esse resto para mim e meu filho. Depois comeremos e esperaremos a morte».

Certo da promessa de Deus, Elias replica: «Não temas; volta e faz como disseste. Mas primeiro coze um pãozinho e traz-mo aqui. Depois prepararás o resto para ti e teu filho. Porque assim fala o Senhor, Deus de Israel: ‘Não se esgotará a panela da farinha, nem se esvaziará a almotolia do azeite, até ao dia em que o Senhor mandar chuva sobre a face da terra’».

Genericamente sabemos que contamos sobretudo com a generosidade daqueles que passaram ou passam privações, pois sabem melhor o que custa a vida. Refira-se, obviamente, que a pobreza (espiritual) autêntica é, antes de mais, a abertura a Deus e a disponibilidade para cuidar do outro, usando a vida, os dons e os bens, como instrumento beneficente de todos.

_______________________

Textos para a Eucaristia (B): 1 Reis 17, 10-16; Sl 145 (146); Hebr 9, 24-28; Mc 12, 38-44.

 

REFLEXÃO COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

16.08.15

Franca Zambonini: MADRE TERESA, a mística dos últimos

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FRANCA ZAMBONINI (2005). Madre Teresa. A mística dos últimos. Prior Velho: Paulinas Editora. 176 páginas.

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       Há muita bibliografia sobre a Madre Teresa de Calcutá, a Mãe dos pobres, a pequena freira que se dedicou aos mais pobres dos pobres. Neste biografia, de Zambonini, ressalva-se o essencial da vocação, da vida, da obra de Madre Teresa, bem assim como das Missionárias da Caridade que ela fundou e que estão espalhadas um pouco por todo o mundo. A escolha pelas mais pobres, pois em cada um deles está impresso o rosto de Jesus Cristo.

       Tocar as feridas de um leproso, recolher um moribundo, acolher uma criança abandonada, adotar uma criança que estava para ser descartada antes de nascer, ir pelas ruas pedir esmola para alimentar os famintos, instruir as crianças, apoiar os mas desfavorecidos... como refere muitas vezes a Madre Teresa, é tocar as feridas de Cristo, acolhê-l'O, cuidar d'Ele, "Isto Me fizeste a Mim" (expressão adaptada do inglês para português: cada palavra corresponde a um dedo da mão). É a expressão do juízo final, o que fizeste ao mais pequeno dos meus irmãos a Mim o fizeste. Tem a ver com as obras de misericórdia. Sublinhe-se, como se pode ver no livro, que as Missionárias da Caridade têm casas abertas em muitos países ocidentais, onde a maior pobreza e mais difícil de atender é mesmo a pobreza da solidão, da perda de sentido de Deus, de abertura aos outros e à vida.

       Madre Teresa nasceu a 26 de agosto de 1910 - embora ela refira o dia 27, dia do seu batismo, como o dia do seu nascimento - em Skopje, na Albânia. O nome de batismo é Agnes (Inês) Ganxhe Bojaxhui. Com 18 anos vai para a Irlanda, onde se torna irmã de Loreto, cuja Ordem envia missionárias sobretudo para a Índia. Em 1928 vai finalmente para a Índia, com a missão, como as companheiras, de ensinar (geografia e religião) no colégio de St. Mary, em Entally, Calcutá, de que se tornará Diretora.

       Em 1946, sente a "vocação dentro da vocação", para sair ao encontro dos mais pobres dos pobres daqueles que ninguém quer. Cerca de 2 anos depois solicita ao Vaticano a autorização para deixar a Ordem de Loreto e fundar uma nova Congregação. A partir daqui nunca mais descansará no serviço diário de ajuda aos mais pobres. Pouco a pouco engrossa o números das irmãs que se querem dedicar como ela aos mais pequeninos. vai abrindo casas, primeiro na Índia mas logo em outros países. É um trabalho árduo. Pelo menos 12 horas dedicadas a serviço dos outros, percorrendo as ruas de Calcutá, batendo a muitas portas, autoridades, hospitais, recolhendo as pessoas encontradas abandonadas para morrer. Mais 2 horas de oração, indispensável ao trabalho prático. As Missionárias da Caridade têm também um ramo contemplativo. A Irmã Nirmala, que viria a ser a Sucessora de Madre Teresa à frente da Congregação, ficou responsável por abrir a casa das Missionárias da Caridade, no ramo da Contemplação, em Nova Iorque, invertendo as horas, 12 horas para a oração, duas horas para o serviço aos outros, indicando desta forma que a contemplação leva ao serviço, o serviço leva à oração.

       Pelo caminho a Madre Teresa é reconhecida pelo seu trabalho, nomeadamente sendo-lhe atribuído o Prémio Nobel da Paz e, na Índia, tendo direito a funeral de Estado. Morreu a 5 de setembro de 1997. Continua a inspirar cristãos e não cristãos em todo o mundo. Marcou a Índia, o mundo e a Igreja, com a sua vontade férrea de chegar aos mais desfavorecidos.

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       Como a própria referia, não se podem resolver todos os problemas do mundo, comecemos por resolver o que está à nossa frente. Mesmo que sejamos como uma gota de água, mas ainda ainda o oceano ficará incompleto sem essa gota. Começar por nós, amar os de nossa casa. É sempre mais fácil amar e cuidar daqueles que não conhecemos. É imperativo que amemos os que estão perto de nós.

       Este livro é uma biografia, mas é sobretudo um testemunho de vida. A autora conviveu em diferentes ocasiões com Madre Teresa, entrevistando-a e acompanhando-a em viagens, e beneficiando de gestos concretos que demonstram a postura de Madre Teresa de Calcutá.

15.08.15

O pão que Eu he de dar é a minha carne...

mpgpadre

1 – «Eu sou o pão vivo que desceu do Céu. E o pão que Eu hei de dar é minha carne, que Eu darei pela vida do mundo... Se não comerdes a carne do Filho do homem e não beberdes o seu sangue, não tereis a vida em vós... Aquele que Me come viverá por Mim. Este é o pão que desceu do Céu; não é como o dos vossos pais, que o comeram e morreram: quem comer deste pão viverá eternamente».

As palavras de Jesus são delicadas e provocam, naqueles dias como ao longo da história da Igreja, ruturas. Os judeus interpretam o que nos vai na alma: «Como pode Ele dar-nos a sua carne a comer?». Não pensemos que é uma questão superficial e resultante de má vontade. Não. Algum de nós entenderia as palavras de Jesus? Como é possível comer a carne de Jesus? Alguns dos discípulos vão seguir outro caminho, como veremos no próximo domingo. Mais tarde, justificando a perseguição à Igreja, dir-se-á que os cristãos são canibalistas, sacrificam, matam, comem pessoas nas suas orações.

Questionado, Jesus insiste: quem come o Meu Corpo e bebe o Meu sangue terá a vida eterna, terá parte Comigo, viverá por Mim. Eu sou o Pão da vida e o pão que Eu hei de dar é a minha carne.

Como cristãos católicos professamos a fé na presença real de Cristo nas espécies do pão e do vinho, que pela consagração, por ação do Espírito Santo, se transubstanciam no Corpo e no Sangue de Cristo e nos alimenta na vida presente, antecipando o banquete na eternidade de Deus. Durante a última Ceia, Jesus toma o pão e o cálice com vinho: "tomai e comei, isto é o Meu corpo; tomai e bebei, isto é o Meu sangue derramado por todos". Jesus prepara os seus discípulos dizendo-lhes que pela Ressurreição estará presente de maneira nova, gloriosa e real, através do mistério da Eucaristia.

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2 – A sabedoria convida-nos para o festim de Deus: «Vinde comer do meu pão e beber do vinho que vos preparei. Deixai a insensatez e vivereis; segui o caminho da prudência».

Os Padres da Igreja hão de identificar a Sabedoria com a segunda pessoa da Santíssima Trindade, Jesus Cristo, Filho de Deus. Ele é a Sabedoria, a Palavra do Pai, o Pão que desce do Céu.

 

3 – Comungar Cristo, ou seja, estar e colocar-se em comunhão com Cristo, implica seguir os Seus ensinamentos, mesmo que em alguns momentos os não compreendamos tão bem, expressos na sua postura de vida e disseminados na Sagrada Escritura, numa lógica constante de edificar o mundo pelo bem, pela paixão, pelo amor: "Guarda do mal a tua língua e da mentira os teus lábios. Evita o mal e faz o bem, procura a paz e segue os seus passos" (Salmo).

São Paulo, na Carta aos Efésios, é bem claro sobre as implicações de acreditar/seguir Cristo, como discípulos: "Não vivais como insensatos, mas como pessoas inteligentes. Aproveitai bem o tempo... procurai compreender qual é a vontade do Senhor… Enchei-vos do Espírito Santo, cantando e salmodiando em vossos corações, dando graças, por tudo e em todo o tempo, a Deus Pai, em nome de Cristo".

A ação brota da oração. Para irradiarmos a alegria, a beleza e a misericórdia de Deus no mundo temos que primeiramente O acolher no nosso coração e na nossa vida. Como disse Madre Teresa de Calcutá, a "oração é uma linha direta de comunicação com Deus" que nos conduz aos outros a começar pelos de nossa casa.

 

4 – Celebramos hoje a Jornada do Migrante e do Refugiado, num convite cada vez mais premente por acolhermos os que chegam com a sua miséria e com o seu apelo.

Na mensagem para este dia, o Papa Francisco, propondo o tema "Igreja sem fronteiras, mãe de todos", começa por referir que "a Igreja, peregrina sobre a terra e mãe de todos, tem por missão amar Jesus Cristo, adorá-Lo e amá-Lo, particularmente nos mais pobres e abandonados; e entre eles contam-se, sem dúvida, os migrantes e os refugiados, que procuram deixar para trás duras condições de vida e perigos de toda a espécie". Prossegue, recordando o juízo final.

A Igreja em Portugal transformou o tema proposto pelo Papa, sintonizando-se com o Evangelho deste dia: "Igreja Sem Fronteiras. Somos um só Corpo".

________________________

Textos para a Eucaristia (B): Prov 9, 1-6; Sl 33 (34); Ef 5, 15-20; Jo 6, 51-58.

 

REFLEXÃO COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE

01.03.14

Não vos inquieteis com o dia de amanhã

mpgpadre

       1 – «Não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado».

       Só Deus garante que o chão não nos foge debaixo dos pés, mesmo quando experimentamos a instabilidade do mar alto, com o nevoeiro das nossas limitações, com as tempestades dos nossos fracassos. Ainda que pareça que vai a dormir, Ele está no nosso barco. Quantas situações nos apetece gritar para que Ele nos dê um sinal, uma prova?

       Aos seus discípulos, e hoje somos nós, Jesus mostra um CAMINHO claro de salvação e vida: «Ninguém pode servir a dois senhores, porque ou há de odiar um e amar o outro, ou se dedicará a um e desprezará o outro. Vós não podeis servir a Deus e ao dinheiro».

       Aí está mais uma chave de leitura, uma escolha a fazer, uma prioridade a assumir.

       2 – «Não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado». O convite de Jesus é verdadeiramente libertador. É defensável a ambição, com conta peso e medida, a ambição solidária, que procura melhorar o mundo e não apenas a própria vida à custa dos outros, sabendo que estamos no mesmo barco, para o bem e para o mal.

Precisamos de pouco para viver bem: saúde, amor, amigos, companhia, saber que Alguém garante a nossa vida e o nosso futuro.

       Vale a pena ler/escutar o texto do Evangelho:

«Não vos preocupeis, quanto à vossa vida, com o que haveis de comer, nem, quanto ao vosso corpo, com o que haveis de vestir. Não é a vida mais do que o alimento e o corpo mais do que o vestuário? Bem sabe o vosso Pai celeste que precisais de tudo isso. Procurai primeiro o reino de Deus e a sua justiça, e tudo o mais vos será dado por acréscimo».

       Há muitas coisas que não dependem de nós. Estas podem paralisar-nos, se queremos controlar todas as coordenadas, ou podem libertar-nos se, reconhecendo as nossas limitações, nos apoiamos na bondade de Deus sem temermos arriscar a própria vida. As coordenadas são-nos interiores: Deus, bem, amor, verdade, perdão, comunhão.

 

       3 – «Não vos inquieteis com o dia de amanhã, porque o dia de amanhã tratará das suas inquietações. A cada dia basta o seu cuidado». O futuro por vezes serve de desculpa para hoje não nos comprometermos. Por medo, pois não sabemos o que trará o dia de amanhã. Por outro lado, adiamos, logo se vê, amanhã as coisas podem estar melhor, quando tivermos tempo, quando tivermos mais dinheiro, quando as condições forem mais favoráveis.

       Mas as circunstâncias nunca serão ideais.

       "O amor começa hoje. Hoje alguém sofre. Hoje alguém está na rua. Hoje alguém tem fome. Hoje temos de começar. Ontem já passou. Amanhã ainda não chegou. Somente hoje podemos anunciar Deus, amando, servindo, alimentando os que têm fome, vestindo os que estão nus, dando aos pobres um teto sobre as suas cabeças. Não espereis até amanhã. Amanhã eles estarão mortos, se nada lhes dermos hoje" (Madre Teresa de Calcutá).

       A vida não é a preto e branco, é multicolor. Nem todos conseguem exercitar-se de tal forma que nem o passado nem o futuro paralisem as suas vidas, mas é pelo menos um desafio, deverá ser um compromisso, para nos tornarmos mais saudáveis, para não nos arrependermos depois, para potenciarmos os nossos talentos, para ajudarmos o mundo a ser uma casa para todos.


Textos para a Eucaristia (ano A): Is 49, 14-15; Sl 62 (63); 1 Cor 4, 1-5; Mt 6, 24-34.

 

29.12.10

Bento XVI almoça com 250 pobres

mpgpadre

       Bento XVI almoçou este Domingo, dia 26, com 250 pobres e sem-abrigo de Roma, numa refeição que decorreu no átrio da sala Paulo VI, no Vaticano, assinalando o centenário do nascimento da beata Madre Teresa de Calcutá.

       Juntamente com o Papa e uma representação das Missionárias da Caridade, fundadas por Madre Teresa, participaram no almoço pessoas que frequentam regularmente, em Roma, diversas comunidades destas religiosas.

       No dia 5 de Janeiro, o Papa vai visitar crianças doentes do hospital Gemelli, de Roma, na vigília da festividade dos Reis Magos.

       Em palavras improvisadas no final do almoço de Domingo, Bento XVI recordou o testemunho de Madre Teresa de Calcutá como "um reflexo da luz do amor de Deus".

       A beata, que "viveu de maneira humilde por amor a Deus", dizia que o seu "maior prémio era amar Jesus e servi-lo por meio dos pobres", indicou o Papa.

       Madre Teresa, acrescentou, dá aos homens a certeza de que "Deus jamais nos abandona".

       Considerada uma das mulheres mais influentes do século XX, Agnes Gonxha Bojaxhiu nasceu na actual Skopje, capital da Macedónia (à época Üsküb, integrada no império Otomano), a 26 de Agosto de 1910. Deixou a sua terra natal em Setembro de 1928, entrando no convento de Rathfarnam (Dublin), Irlanda. Ali foi acolhida como postulante no dia 12 de Outubro e recebeu o nome de Teresa, como a sua padroeira, Santa Teresa de Lisieux.

       Foi enviada pela congregação do Loreto para a Índia e chegou a Calcutá no dia 6 de Janeiro de 1929, com 19 anos. Fez a profissão perpétua a 24 de Maio de 1937 e daquele dia em diante foi chamada Madre Teresa.

       No dia 10 de Setembro de 1946, no comboio que a conduzia de Calcutá para Darjeeling, Madre Tereza recebeu aquilo que ela chamou “chamamento no chamamento”, que teria feito nascer a família dos Missionários da Caridade.

       Ao longo dos anos 50 e no início dos anos 60, Madre Teresa estendeu a obra das Missionárias da Caridade seja internamente dentro Calcutá, seja em toda a Índia. No dia 1 de Fevereiro de 1965, Paulo VI concedeu à Congregação o “Decretum Laudis”, elevando-a a direito pontifício.

       Em 1979, Madre Teresa recebeu o Prémio Nobel da Paz, como reconhecimento pelo seu trabalho.

       No final dos anos 80 e durante os anos 90, não obstante os crescentes problemas de saúde, Madre Teresa continuou a viajar pelo mundo para a profissão das noviças, para abrir novas casas de missão e para servir os pobres e aqueles que tinham sido atingidos por diversas calamidades.

       Às 9h30 da noite do dia 5 de Setembro de 1997, morreu na Casa Geral. No dia 13 de Setembro teve um funeral de Estado e o seu corpo foi conduzido num longo cortejo através as estradas de Calcutá.

       Foi beatificada por João Paulo II a 19 de Outubro de 2003, após o Papa polaco ter dispensado o período de espera de 5 anos para a abertura da Causa de Canonização.

 

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