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09.11.15

Leituras: CHARLES BELFOURE - O Arquiteto de Paris

mpgpadre

CHARLES BELFOURE (2015). O Arquiteto de Paris. Lisboa: Editorial Presença. 352 páginas.

arquiteto.jpg

Vindo da família, como presente por ocasião do aniversário natalício, logo esta obra se tornou de leitura obrigatória. A primeira coisa que fiz foi ler os comentários da contra-capa ou interior da capa, situar o autor, ver o argumento que convida à leitura.

Sendo Bestseller do New York Times, já diz algo do valor deste título.

A leitura é escorreita. Lê-se com muito agrado, mas sobretudo lê-se com a pressa de chegar mais à frente, avançar páginas, devorar frases, parágrafos, a trama adensa-se a impulsiona a uma leitura contínua, de fio a pavio.

O autor é arquiteto. Ainda que romance, tem também a cultura do próprio autor. Joga em casa, como se costuma dizer.

É empolgante. A linha condutora coloca-nos na anexação de França por parte da Alemanha de Hitler durante a 2.ª Guerra Mundial. Os franceses enfrentam como podem a invasão. Uns tornam-se colaboracionistas, outros "traidores", outros cínicos, justificando-se com a necessidade de sobrevivência. Alguns aproveitam a inveja que tinha dos judeus para se vingarem, expondo-os ao cárcere e à morte. Uns por medo, outros para beneficiarem de uma tratamento favorável.

O Arquiteto confronta-se com a possibilidade de ganhar algum dinheiro, uma vez que com a guerra deixou de ter trabalho e o dinheiro vai escasseando. É contratado para projetar fábricas para produzir armamento para a potência invasora. Vai justificando a necessidade de trabalhar, de criar, de ganhar dinheiro para sobreviver, e com a "desculpa" que as obras ficarão para os franceses depois que os alemães saírem da França, após a derrota.

É uma justificação que faz e si mesmo, e que faz à atual companheira, que o apelida de hipócrita. Com o envolvimento com os alemães, ao serviço de um empreiteiro francês, é-lhe pedido que projete alguns esconderijos, para salvar judeus. Vai-se envolvendo cada vez mais. Está a colaborar com os dois lados, fazendo obras para o Reich e ao mesmo tempo projetando criativos esconderijos. O perigo aproxima-se rapidamente e aquilo que para ele era uma espécie de contrabalança, torna-se missão. Envolve-se cada vez mais em salvar judeus e abdicando de qualquer pagamento. Ele próprio acabará por esconder uma criança....

Com o decorrer do trama, vai descobrindo como há muitas mais pessoas envolvidas, algumas de quem ele nunca esperaria tal... e há os que se dão bem com a presença dos alemães...

O Arquiteto mostra o que um arquiteto poderia fazer durante a segunda guerra mundial, aproximando-se de uma realidade que nos faz ver a face negra da humanidade, mas também o heroísmo de quem resiste à perseguição, enfrenta o medo, a tortura e a própria morte, para salvar outros porque são pessoas (antes de serem judeus).

Partindo de uma realidade não muito distante no tempo, mas esquecida em diferentes situações da história atual, vale a pena revisitar o drama, a violência e a desumanidade do nacional-socialismo / nazismo. É uma chamada de atenção para aqueles que, querendo ocupar o lugar de Deus, destroem tudo e todos os que possam ser uma obstáculo a um poder absoluto. No meio dos escombros, há sempre alguém que se levanta e diz não e se um tomba outro se levantará para prosseguir a história.

29.09.11

Homem da palavra num mundo de imagem

mpgpadre

     Num mundo de imagens, de hiperligações, de comunicação vertiginosa, o discurso do Papa germânico aparece como um contraponto tremendo, pensado, feito apenas de palavra, sem adornos, deixando um desafio que só na aparência é simples: ouvir.

       Durante quatro dias, Bento XVI cumpriu na Alemanha um percurso carregado de simbolismo e pleno de intencionalidade, visível na maneira como olhou para o passado do país, para os desafios superados e as conquistas alcançadas, projetando depois, no futuro, a realização plena das aspirações de todos os que lutaram, às vezes à custa da própria vida, pela liberdade.

       Falando na sua terra e na sua língua, o Papa apostou tudo no discurso e abordou vários temas queridos, mormente no que diz respeito ao papel da religião e das comunidades crentes numa sociedade secularizada, que cede ao relativismo e ao individualismo, podendo, por isso, marginalizar essa dimensão espiritual.

       Ao lembrar os dramas provocados pelo nazismo, em toda a Alemanha, e do comunismo, na antiga RDA, o Papa falou de uma “chuva ácida” que se abateu sobre a Igreja e os seus fiéis, deixando marcas que permanecem até hoje. O que ficou claro dos discursos de Bento XVI é que a libertação desses regimes não pode, no entanto, desmobilizar os fiéis, levá-los a acomodarem-se, esquecendo adversidades menos visíveis, mas igualmente poderosas, nas sociedades ocidentais.

       Ainda que nem sempre sob o olhar atento da imprensa, Joseph Ratzinger deixou no seu país uma espécie de testamento para os católicos e, diria mesmo, para o seu sucessor, em matérias como o diálogo com as Igrejas protestantes, a reconstrução de um projeto europeu com a marca do património cristão e, sobretudo, a «desmundanização» da própria Igreja Católica, colocada à margem de guerras políticas e preocupações materiais, despida de uma excessiva institucionalização que a leva a preocupar-se, antes de mais, consigo mesma.

        O próprio Papa apresentou-se como um líder espiritual, sem objetivos políticos ou económicos, como faria outro qualquer chefe de Estado. Palavras que fazem jus ao tema escolhido para a viagem destes dias: «Onde há Deus, há futuro».

 

Octávio Carmo, Editorial da Agência Ecclesia

03.01.11

Os Magos, vindos do Oriente, regressam por outro caminho. E nós?

mpgpadre

       “Vimos a sua estrela e viemos adorá-l’O” (Mt 2,2).

       O Papa João Paulo II, na sequência das Jornadas Mundiais, escolheu um trecho do Novo Testamento, acompanhado da habitual Mensagem, convidando os jovens a abrir o coração e a vida a Jesus Cristo.

       O convite foi lançado, ir a Colónia, na Alemanha, numa atitude de busca, de encontro celebrativo, de missão e anúncio de Jesus Cristo.

       Com efeito, a vida cristã assume esta tripla dimensão, de procura, de contemplação e de compromisso.

       Os magos do Oriente, deixaram-se guiar por uma estrela, procuraram interpretar os sinais do tempo, saindo em busca da verdade, do sentido para as suas vidas. Saem do comodismo das suas terras, das suas casas, libertam-se do que lhes é acessório e dispensável para aprofundar o caminho da felicidade.

       O segundo momento é o da oração, da contemplação, da adoração. Prostraram-se diante de uma criança. No despojamento, encontram a razão de tudo, de todo o sonho, de toda a busca, do sentido mais profundo das suas vidas.

       Mas depois voltam por outro caminho. É o terceiro momento. Como acentuou o nosso Bispo na Jornada Diocesana da Juventude, em Cinfães, voltam convertidos a outro caminho, comprometidos em anunciar o que viram. Não faz mais sentido voltarem pelo mesmo caminho.

       Em diferentes situações, encontrámos este itinerário de busca e de encontro, de conversão e de envio, de compromisso.

       Dois discípulos de João Baptista seguiam Jesus. Voltando-Se Jesus perguntou-lhes: que buscais?! Eles responderam: Mestre, onde moras?! E Jesus, por sua vez, respondeu-lhes: vinde e vereis! Eles foram e ficaram com Ele (Jo 1, 35-51). Vê-se claramente a procura, o encontro com Jesus, o permanecer junto a Ele, para mais tarde serem anunciadores.

       Sintomático também o encontro de Jesus com os discípulos de Emaús. Seguiam pelo caminho, Jesus coloca-Se no meio deles, faz com eles um caminho de descoberta, de busca, de esclarecimento. Celebra com eles. Depois da refeição e da oração, eles partem para anunciar Jesus aos outros discípulos (Lc 24, 13-35).

        (Estamos num mês especialmente celebrativo, com as festas da catequese, com os encontros, com uma ou outra celebração. Acreditamos que sejam um momento importante na vida da comunidade e dos cristãos. Mas importa não esquecer o caminho feito, as descobertas, o esforço, a dedicação, de meses ou de anos. Por outro lado, é essencial tomar consciência que é mais um ponto de partida, para o compromisso com os outros, com a comunidade, com a sociedade).

       E nós?! Acomodámo-nos – já fizemos a nossa festa – ou partimos como os magos?! Ficamos a olhar o nosso umbigo, o nosso grupo, satisfeitos pelo brilharete, pelas palmas, ou aprofundámos a nossa relação pessoal e comunitária com os outros?! Defendemos a nossa Igreja, a nossa quinta, ou inserimo-nos cada vez mais na Igreja de Jesus Cristo?

 

Editorial Voz Jovem, Maio 2005.

 

(O texto entre parentesis, in supra, refere-se ao mês de Maio, mas quisemos partilhar esta reflexão à volta da Epifania, a manifestação gloriosa de Jesus vivida pelos Magos do Oriente).

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