Sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta
1 – «Depois de uma grande aflição, o sol escurecerá e a lua não dará a sua claridade; as estrelas cairão do céu e as forças que há nos céus serão abaladas. Então, hão de ver o Filho do homem vir sobre as nuvens, com grande poder e glória... quando virdes acontecer estas coisas, sabei que o Filho do homem está perto, está mesmo à porta. Em verdade vos digo: Não passará esta geração sem que tudo isto aconteça. Passará o céu e a terra, mas as minhas palavras não passarão».
Jesus encontra-Se em Jerusalém, com os discípulos, anuncia-se breve o desenlace da Sua vida. Porquanto Ele acentua os aspetos mais importantes para viver o reino de Deus, anunciando e vivendo do mesmo jeito, a acolher, a amar, a perdoar, a curar, a dar a vida.
Jesus mostra com evidência que o caminho é do serviço. Quem quiser ser o primeiro seja o último. Quem quiser ser o maior, seja o servo de todos, como Ele que não veio para ser servido mas para servir e dar a vida pela humanidade. E com a inclusão de todos, começando pelos excluídos e marginalizados, doentes, mulheres, crianças, publicanos, leprosos. Para Deus todos são filhos.
2 – As palavras de Jesus evocam a mensagem apocalíptica presente na Bíblia, como em Daniel, na primeira Leitura: “Naquele tempo, surgirá Miguel, que protege os filhos do teu povo. Será um tempo de angústia, como não terá havido até então, desde que existem nações. Mas nesse tempo, virá a salvação para o teu povo”.
A linguagem é apocalíptica, mas muito marcada pela certeza que Deus guia a história e o tempo. Mesmo os fenómenos mais medonhos não vencerão a força do amor de Deus. Em Daniel, o Anjo é enviado para proteger, para salvar o povo. Não é um tempo de desgraça que se anuncia mas um tempo de alegria e de vida nova.
No Evangelho, Jesus anima os Seus à confiança. Não temais. Quando virdes acontecer estas coisas sabei que o tempo de salvação está próximo, mesmo à porta.
Mais uma vez é expressiva a situação da mulher que está para ser mãe. A angústia na hora do parto é mais ou menos suportável pela alegria que está para acontecer com o nascimento do filho. Vale uma vida inteira. Vale todo o sofrimento.
A salvação pode implicar a Cruz, esta porém não é em nada comparável à LUZ que vem das alturas, que vem da Ressurreição, que por Jesus nos chega da eternidade, pelo Espírito Santo.
3 – No meio da tormenta ou da festa, no mar revolto, ou na serenidade da primavera, na fragilidade da doença, da solidão e da morte, ou na beleza do céu estrelado, da paisagem pintada de mil cores, no sorriso de uma criança, encontrar-nos-emos com Ele, Deus nosso, Mestre e Companheiro. Podemos não O ver aqui ou acolá. Poderão os nossos olhos estar enublados pelas lágrimas, pelo cansaço, pelo desencanto. Ele não dormirá, não Se afastará dos nossos gritos e lamentos, dos nossos sonhos desfeitos. Não Se esconderá do nosso olhar e da nossa súplica ardente, que muitas vezes nos queima a alma e nos destrói por dentro.
4 – Vivemos a Semana dos Seminários, que agora concluímos. O salmo que há pouco cantávamos, mostra como a tribo de Levi não tem outro chão, outra terra, outra herança, que não Deus. Enquanto as outras tribos têm propriedade, esta conta com as dádivas do templo e com a fé das pessoas que contribuem. É um salmo de entrega, de confiança, de louvor. A segurança não lhes vem da terra mas de Deus.
Senhor, porção da minha herança e do meu cálice,
está nas vossas mãos o meu destino.
O Senhor está sempre na minha presença,
com Ele a meu lado não vacilarei.
Por isso o meu coração se alegra e a minha alma exulta
e até o meu corpo descansa tranquilo.
Vós não abandonareis a minha alma na mansão dos mortos,
nem deixareis o vosso fiel sofrer a corrupção.
Textos para a Eucaristia (ano B): Dan 12, 1-3; Sl 15 (16); Hebr 10, 11-14.18; Mc 13, 24-32.
Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso blogue CARITAS IN VERITATE