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...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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28.08.16

Leituras: ELIE WIESEL - NOITE

mpgpadre

ELIE WIESEL (2016). Noite. Lisboa: Texto Editores. 136 páginas.

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Elie Wiesel sobreviveu para contar os horrores vividos nos Guetos de Sighet e depois nos campos de extermínio. Até ao fim, a ameaça permanente à vida. Para lá de todo o sofrimento infligido, a humilhação, os trabalhos forçados, a tortura, a fome, a sede, o tratamento desumano a que estavam sujeitos, a desinformação, a pressão psicológica, retirando toda a esperança. Momentos em que as forças faltas, o ânimo está de restos e só resta confiar-se à morte. Há momentos que chegam (quase) à loucura e outros enlouquecem de verdade, ao ponto de não saberem quem são, pelos horrores presenciados, pela impossibilidade de descansar em segurança, pela morte à frente, ao lado, atrás, vizinhos, amigos, família.

É um texto comovente, pois se percebe com clareza os horrores perpetrados pelos nazis, o controlo do corpo e da mente, semeando a divisão entre membros do mesmo povo, para que uns possam guardar, vigiar, controlar os outros.

Na contracapa, breve retrato do autor: "Nascido no seio de uma família judia na Roménia, Elie Wiesel era adolescente quando, justamente com a família, foi empurrado para um vagão de carga  e transportado, primeiro para o campo de extermínio, Auschwitz, e, depois, para Buchenwald. Este é o aterrador e íntimo relato do autor sobre os horrores que passou, a morte dos pais e da irmã de apenas 8 anos, e da perda da inocência a mãos bárbaras. Descrevendo com grande eloquência o assassínio de um povo, do ponto de vista de um sobrevivente, Noite faz parte dos mais pessoais e comovedores relatos sobre o Holocausto, e oferece uma perspetvia rara ao lado mais negro da natureza humana".

A fé em Deus é posta em questão. Não tanto a existência em Deus, mas a discussão com Ele, que não ouve, e Se mantém em silêncio perante tanta violência. Alguns judeus ficam chateados com Deus, como se revoltam por que não conseguem perdoar-Lhe a distância e/ou a indiferença. Também neste aspeto, é um testemunho de fé provada pela vida, pelos horrores da fome, da humilhação, a dignidade que lhes foi roubada.

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Algumas expressões do autor:

 

"Nunca esquecerei aquela noite, a primeira noite no campo, que fez da minha vida uma noite longa e sete vezes aferrolhada.

Nunca esquecerei aquele fumo.

Nunca esquecerei os pequeninos rostos das crianças cujos corpos eu vi transformarem-se em espirais sob um céu mudo.

Nunca esquecerei aquelas chamas que consumiram para sempre a minha Fé.

Nunca esquecerei aquele silêncio noturno que me provou para a eternidade, do desejo de viver.

Nunca esquecerei aqueles momentos qua assassinaram o meu Deus e a minha alma, e que transformaram os meus sonhos em cinza.

Nunca esquecerei, mesmo que tenha sido condenado a viver tanto tempo quanto o próprio Deus.

Nunca".

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Em Auschwitz, depois de uma correria louca, o responsável pelo bloco em que ficaram, um jovem polaco diz-lhes:

“Camaradas, encontram-se no campo de concentração de Auschwitz. Um longo caminho repleto de sofrimento espera-vos. Mas não percam a coragem. Já escaparam ao perigo mais grave: a seleção. Reúnam as vossas forças e não percam a esperança. Todos veremos chegar o dia da libertação. Tenham confiança na vida, mil vezes confiança. Afastem o desespero e assim afastarão de vós a morte. O inferno não dura para sempre… E, agora, uma prece que é mais um conselho: qua a camaradagem reine entre vós. Somos todos irmãos e sofremos o mesmo destino. O mesmo fumo flutua sobre as nossas cabeças. Ajudem-se uns aos outros. É a única maneira de sobreviverem”.

“Alguns falavam de Deus, dos Seus caminhos misteriosos, dos pecados do povo judeu e da libertação futura. Quanto a mim, tinha deixado de rezar. Como estava parecido com Job! Não tinha negado a Sua existência, mas duvidava da Sua justiça absoluta.

Akiba Drumer dizia: Deus põe-nos à prova. Quer ver se somos capazes de dominar os maus instintos, de matar o Satanás que existe em nós. Não temos o direito de desesperar. E se Ele nos castiga impiedosamente é sinal de que nos ama ainda mais”.

 

Três condenados ao enforcamento. Os dois adultos gritaram – viva a liberdade. O pequeno manteve-se calado.

“Onde está o Bom Deus, onde está Ele? – Perguntou alguém atrás de mim…

Ainda estava vivo quando passei diante dele. A sua língua ainda estava vermelha, os seus olhos tinham ainda uma centelha de vida.

Atrás de mim, ouvi o mesmo homem perguntar:

– Onde está Deus, então?

E eu senti dentro de mim uma voz que lhe respondia:

– Onde é que Ele está? Ei-lo… está aqui pendurado nesta forca…

Naquela noite, a sopa sabia a cadáver”.

 

"Pobre Akiba Drumer! Se tivesse podido continuar a acreditar em Deus, a ver neste calvário um aprova de Deus, não teria sido levado pela seleção. Mas a partir do momento em que tinha sentido as primeiras brechas na sua fé, tinha perdido as suas razões para lutar e tinha começado a agonizar”

28.08.16

Leituras: D. ANTÓNIO COUTO - A Misericórdia. Lugar e Modo

mpgpadre

D. ANTÓNIO COUTO (2016). A Misericórdia. Lugar e Modo. Lavra: Autores e Letras e Coisas. 84 páginas.

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       Vivemos o Jubileu Extraordinário da Misericórdia, iniciado a 8 de dezembro de 2015, solenidade da Imaculada Virgem Maria, e a encerrar no dia 20 de novembro de 2016, solenidade de Nosso Senhor Jesus Cristo, Rei do Universo. O propósito do Papa Francisco foi que se vincasse em definitivo e com clarividência a misericórdia de Deus. Num tempo e mundo complexos, a misericórdia de Deus há de resplandecer como proposta de salvação, como desafio, como esperança, como compromisso. Jesus é o Rosto da Misericórdia. Os cristãos devem alimentar-se da misericórdia de Deus e irradia misericórdia para com os outros, para com toda a criação.

       Com a convocação deste Ano Santo da Misericórdia, a reflexão à volta deste atributo de Deus e a sua fundamentação na bíblia, na história do povo judeu, na vida da Igreja.

       D. António Couto anteriormente publicou o Livro dos Salmos, já dentro deste Jubileu e com a referência que os salmos estudados têm com a Misericórdia de Deus. Porém, este novo estudo é especificamente sobre a Misericórdia.

       Em conferências, jornadas bíblicas, formação do clero e de leigos, D. António Couto tem intervindo sobre esta temática, com o enquadramento do jubileu, com as obras de misericórdia, com a contextualização litúrgica. Aqui coloca nas nossas mãos um estudo mais detalhado sobre a misericórdia, a linguagem da bíblia, a origem das palavras utilizadas, a misericórdia no Antigo Testamento, a misericórdia revelada em plenitude da Pessoa e na Mensagem de Jesus Cristo, com o Seu proceder, compassivo, com as parábolas da misericórdia que mostram o modo de ser de Deus.

       Este pequeno livro subdivide-se em três capítulos: 1 - Deus também reza em clave de misericórdia; 2 - A magna charta do amor de Deus (Ex 34, 6-7), e 3 - Jesus misericordioso, transparência da misericórdia do Pai.

"Deus fiel, fiável, Sim irrevogável, matriz fidedigna, maternal amor preveniente, condescendente, permanente, paciente, palavra primeira e confidente, providente, eficiente, a dizer-se sempre e para sempre dita, rochedo firme, abrigo seguro, alcofa para o nascituro, luz no escuro, amor forte sem medo da morte e do futuro. Deus fiel e confidente, fala, que o teu servo escuta atentamente. Nada do que dizes cairá por terra. A tua palavra à minha mesa, minha habitação, minha alegria, minha exultação, energia do meu coração, luz que me guia e que me alumia. A minha luz é reflexa, a minha palavra é lalação, de ti decorre, para ti corre a minha vida, dita, dada, recebida e oferecida. O teu rosto, Senhor, eu procuro, não escondas de mim o teu rosto, o teu gosto, a tua música. Dispõe de mim sempre, Senhor"

28.08.16

Leitura: TOMÁŠ HALÍK - QUERO QUE TU SEJAS

mpgpadre

TOMÁŠ HALÍK (2016). Quero que Tu sejas! Podemos acreditar no Deus do Amor. Prior Velho: Paulinas Editora. 272 páginas.

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       "Tomáš Halík nasceu emm Praga atual República Checa, no ano de 1948. Licenciou-se em Sociologia, Filosofia e Psicologia na Universidade de Charles, Praga, nos inícios dos anos 70. Estudou Teologia, clandestinamente, na mesma cidade, estudo que continuou na Universidade Lateranense, em Roma, e na Faculdade Pontifícia de Teologia, em Wroclaw (Polónia). Durante a ocupação comunista, sendo perseguido como «inimigo do regime», trabalhou como psicoterapeuta de toxicodependentes. Foi clandestinamente ordenado sacerdote em Erfurt (Alemanha do Leste, em 1978, e trabalhou na «Igreja subterrânea», onde foi um dos assessores mais próximos do cardeal Tomášek".

       Na lombada interior da capa, breve apresentação, de Tomáš Halík, de quem já sugerimos outro belíssimo título - O MEU DEUS É UM DEUS FERIDO. Depois de ter escrito sobre fé e esperança, alguém lhe perguntou porque não escrevia sobre o amor. 

       O autor começa por fazer uma pergunta que habitualmente vamos fazendo, mas para a qual nem sempre encontramos uma resposta satisfatória: deonde vem o mal?. "É possível que hoje em dia nos tenhamos acostumado tanto ao mal, à violência e ao cisnismo, que façamos a nós próprios, com surpresa, outra pergunta: donde provém a ternura e a bondade?

       Ao longo do livro, enraizado na Sagrada Escritura, mas também na história, na experiência, na cultura, o autor vai mostrando que o amor é fonte de todo o bem e em todo o bem é possível encontra Deus de amor. Um dos fios condutores é apresentar o duplo mandamento, a interligação entre o amor a Deus e ao próximo como a si mesmo. Amar a Deus, amando o próximo. Deus está em nós. O amor habita-nos na identidade mais profunda, onde podemos encontrar Deus.

       Mais que uma resposta, Deus é pergunta. Não é um dado adquirido, mas sempre me transcende. Vai além de toda a compreensão humana, ainda que Se deixe ver em Jesus Cristo. "Os meus livros não são destinados àqueles que têm certeza absoluta de que compreendem perfeitamente o que significa o mandamento do amor a Deus. Esses certamente já têm a sua recompensa. Eu dirigo-me àqueles que buscam o significado dessas palavras, quer se considerem crentes... quase-crentes ou «antigos crentes»... incrédulos e agnósticos ou não crentes".

 

Algumas expressões:

"Associar os mandamentos do amor a Deus e o mandamento do amor uns aos outros - o núcleo do Evangelho - é a forma de redescobrir o Deus que «desapareceu», especificamente, na nossa relação com o próximo. Deus acontece onde quer que nós amemos as pessoas, o nosso próximo".
"Deus não pode ser obejeto de amor porque Deus não é um obejeto; a perceção objetiva de Deus conduz à idolatria. Eu não posso amar a Deus da mesma maneira que amo outro ser humano, a minha cidade, a minha paróquia ou o meu trabalho. Deus não está diante de mim, tal como a luz também não está diante de mim: eu não consigo ver a luz, só posso ver as coisas iluminadas pela luz".
"Deus acontece ali onde nós amamos".
"É necessário despir a própria alma, porque só quando já nada restar entre nós e a vontade de Deus, se poderá dar aquela união com Deus a que se chama Amor. Nesse momento somos «transformados em Deus por amor»".
"Há vários anos que me sinto fascinado com um definição do amor que é atribuída a Santo Agostinho: amo: volo ut sis (Amo-te, quero que Tu seja!)... «Eu quero que tu sejas». Esta frase exprime a ausência de dúvidas acerca da existência do amado; a sua existência é óbvia para mim, e o meus sentidos podem prová-la. esta frase exprime a minha confirmação fundamental da existência do meu amado, a minha alegria por ele existir. Eu não me limito a notar a sua existência, experimento-a como gratidão, como qualquer coisa que enriquece fundamentalmente a minha própria vida, sem o meu amado, o meu eu profundo perderia a sua integridade, sem ele o meu mundo ficaria desolado e terrivelmente cinzento.
No amor eu abro um lugar de segurança dentro de mim para a pessoa que amo, no qual ela pode ser plena e livremente quem é. Não precisa de representar nem de fingir para mim, nem de tentar merecer continuamente o meu amor através das suas ações. Além disso, só messe lugar seguro de amor é que uma pessoa se pode tornar aquilo que até então só era em potência. Só agora se pode aperceber do seu pleno potencial, que, sem amor, ficaria atrofiado, murcho e sufocado nas suas próprias raízes.
Estou contente por te ter conhecido; alegro-me pelo milagre do amor; quero que a pessoa a quem amo continue a estar comigo. Sim, gostaria que vivêssemos juntos para sempre. A frase «Eu amo-te, quero que Tu sejas» de Agostinho conduz a outra frase, ou seja, à definição magnífica de Gabriel Marcel: «Amar alguém é dizer-lhe: "Tu não morrerás"»... Dentro do verdadeiro amor há sempre uma fonte de eternidade".
"Deus não é «uma terceira pessoa» na relação entre duas pessoas; Deus é a base e a fonte dessa relação".
"Amar a Deus significa sentirmo-nos profundamente gratos pelo milagre da vida e exprimir essa gratidão ao longo da própria vida, aceitando a minha sorte mesmo quando esta não condiz com os meus planos e expectativas. Amar a Deus significa aceitar com paciência e atenção os encontros humanos como mensagens de Deus cheias de sentido - mesmo quando sou incapaz de as compreender devidamente. Amar a deus significa confiar que até os momentos difíceis e obscuros me revelarão um doa o seu significado".
"Deus não pode forçar os seres humanos a aceitar a salvação, o perdão e a misericórdia. Teoricamente é possível que alguém, pelo seu profundo desejo de que «Deus não seja», manifeste esse perverso desejo de forma tão consistente que acabe por se esquivar fatalmente a Deus e por se condenar a si próprio ao eterno afastamento de Deus e separação em relação a Ele".
"Aquilo que Deus traz para a história, onde nós o devemos procurar, é o amor. Eu sou cristão porque aprendi a acreditar nesse amor".
"A fé requer a coragem de escolher e de confiar".
Citando Teilhard de Chardin, "O amor é a única força capaz de unificar as coisas sem as destruir"

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