Quando fores convidado... não tomes o primeiro lugar
1 – O reino de Deus não é um privilégio, é para todos. A opção preferencial pelos pobres é visível nas palavras de Jesus. Nós selecionamos. Deus não seleciona. É Pai. Todos são filhos. Porém, a primazia neste reino novo são os que não tem lugar à mesa dos reinos deste mundo, excluídos, pobres, doentes, pecadores, publicanos, mulheres, crianças, estrangeiros.
“Quando ofereceres um almoço ou um jantar, não convides os teus amigos ou os teus irmãos, nem os teus parentes nem os teus vizinhos ricos, não seja que eles por sua vez te convidem e assim serás retribuído. Mas quando ofereceres um banquete, convida os pobres, os aleijados, os coxos e os cegos; e serás feliz por eles não terem com que retribuir-te: ser-te-á retribuído na ressurreição dos justos”.
Optar não é excluir. Nem discriminar. Deus não faz aceção de pessoas. Jesus mostra-o bem com o Seu proceder. Foi convidado por um fariseu reconhecido e aceitou o convite. Naquele tempo, só alguns, poucos, podiam oferecer um banquete. Sendo convidado, Jesus não Se faz rogado. Se é Sua a iniciativa aproxima-se dos mais frágeis.
Nós convidamos as pessoas de quem gostamos, familiares, amigos, sabendo à partida que nos retribuirão, ou convidamos já a retribuir outro convite anterior.
Jesus não retribui. Os convites que Lhe são feitos tem diversas motivações: amizade, agradecimento, mas também pela fama de que desfruta. Jesus não tem meios económicos para retribuir.
Jesus retribui. Não do mesmo jeito, mas de um jeito maior. O banquete de Jesus é para sempre. Abre-nos as portas da eternidade. Não para compensar os banquetes para os quais foi convidado, mas por infinito Amor, porque sim, porque assim é o Ser e o Agir do Pai. Assim é o Ser e o Agir de Jesus. O convite é para todos, a começar pelos pequeninos. Condições: amar e servir!
2 – Hoje em dia, em qualquer festa mais formal há lugares marcados. Os noivos, os pais da criança batizada, o protocolo, distribuem os convidados por diferentes mesas. Para não haver situações de embaraço na hora de sentar. Facilmente imaginaremos, uma pessoa a ter que sair do lugar para aquela família ficar junta, ou para se sentar aquele amigo, pois nas outras mesas não é conhecido de ninguém. Se o ambiente for familiar, será fácil resolver estas minudências.
A presença de Jesus faz-se notar. Um profeta ou um mendigo? Simples a vestir. Simples o Seu olhar e a Sua postura. Observam-n'O. Deixa-Se ver, deixa-Se tocar, está no meio do povo! Não está à margem, não tem um grupo de guardas a protegê-l'O. A Sua proteção é o Pai e a ligação de amor que com Ele mantém em permanência. Espera pela Sua vez. Vê que os convidados procuram o melhor lugar.
Conta-lhes então uma parábola: «Quando fores convidado para um banquete nupcial, não tomes o primeiro lugar… Quando fores convidado, vai sentar-te no último lugar… Quem se exalta será humilhado e quem se humilha será exaltado».
No reino de Deus, preconizado por Jesus, não há disputas de lugares, mas de serviço. Entre vós, quem quiser ser o maior, seja o servidor de todos. A disputa é ao nível do serviço e do amor.
3 – A humildade e a sabedoria são irmãs. A ignorância e a arrogância são irmãs. A humildade abre-nos aos outros e leva-nos a procurar melhorar, aprender, corrigir. A prepotência e a soberba encerram-nos no nosso egoísmo e orgulho…
4 – Em Santo Agostinho – cuja memória se celebra hoje, Padroeiro secundário da Diocese de Lamego – podemos encontrar um testemunho de vida, cuja conversão clarifica a abertura a Deus e a humildade, reconhecendo as suas imperfeições, a sua pequenez diante da misericórdia de Deus…
Textos para a Eucaristia (C): Is 66, 18-21; Sl 116 (117); Hebr 12, 5-7. 11-13; Lc 13, 22-30.
REFLEXÃO DOMINICAL COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço
e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE