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Escolhas & Percursos

...espaço de discussão, de formação, de cultura, de curiosidades, de interacção. Poderemos estar mais próximos. Deus seja a nossa Esperança e a nossa Alegria...

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31.01.14

Pe. Tolentino Mendonça - O Hipopótamo de Deus

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José TOLENTINO MENDONÇA. O Hipopótamo de Deus. Quando as perguntas que trazemos valem mais o que as respostas provisórias que encontramos. Paulinas Editora, 320 páginas.

       Mais um extraordinário livros que agrega várias reflexões de Tolentino de Mendonça, com a idiossincrasia bem portuguesa, madeirense, cristão, poeta. Em cada texto um olhar de esperança, de desassossêgo, de provocação, de desafio, numa prosa bem poética como nos tem habituado nas suas publicações e/ou intervenções. Uma linguagem simples, familiar, tocando realidades distintas, cultura, religião, fé e fado, raízes madeirenses, e raízes do poeta, família, vida e morte e sofrimento, pintura, literatura e religião, música, economia, imperfeição, Fátima, e o silêncio de Deus, Advento, Natal e Páscoa, Outono e Inverno, Verão e Primavera e as diferentes idades do ser humano, a vocação, ser padre e ser poeta, a cruz e a bondade, filosofia e filósofos...

       Desde logo a justificação do título deste conjunto de escritos, que acompanha a publicitação do livro:

"Um dos passos mais belos da Bíblia tem a ver com um hipopótamo. E não é propriamente um divertimento teológico, pois surge numa obra que explora muito seriamente a experiência do Mal. Falo do Livro de Job, claro. O que primeiro nos surge ali é o protesto de Job contra o Mal que se abate inexplicavelmente sobre a sua história, protesto que se estende até Deus. Mas depois vem o momento em que Deus se propõe interrogá-lo. E, nesse diálogo, desenvolve-se um raciocínio que não pode ser mais desconcertante. Job só consegue pensar nas suas dores e nos porquês com os quais, inutilmente, esgrime. Deus, porém, desafia-o a olhar de frente para… um hipopótamo. O método de Deus neste singular encontro com Job é abrir a medida do seu olhar, rasgá-lo imensamente a tudo o que é grande, a tudo o que não tem resposta, mostrando-lhe que se o Mal é um enigma que nos cala, o Bem é um mistério ainda maior".

       Muitas reflexões oportunas. Lido em diferentes ocasiões podem haver um texto que chame mais atenção. Curioso o título e o texto: Onde é a nossa casa?

       "Acho que foi Alberto Camus que disse que a questão mais premente do nosso tempo é cada homem descobrir onde é a sua casa... Dia a dia há uma rota que voltamos a trilhar sem especiais hesitações, entre a fadiga e a esperança, cruzando as paredes do tempo: esse é o caminho para a nossa casa. Cada um cumpre, mesmo sem especial reflexão, trajetórias e rituais que são seus: a estrada que escolhe para regressar (sempre a mesma, sempre a mudar...); a forma familiar que tem diariamente de rodar a chave; o modo (mais lento, mais repentino) de abrir para o que ali habita; aquela fração de segundo, absolutamente impressiva, antes da primeira palavra, em que a casa inteira parece que vem ao nosso encontro, ofegante ou em puro repouso...

       ... cada pessoa tem o irrecusável dever de descobrir-se, vivendo com paixão e sabedoria a construção de si, esse processo que, por definição, está em aberto e que ao longo da existência se vai efetivando. NÓS SOMOS A NOSSA CASA. E poder dizer isso, com simplicidade e verdade, equivale a perpetuar aquilo que Albert Camus também escreveu: «no meio de um inverno, finalmente aprendi que havia dentro de mim um verão invencível» (pp 141-142).

 

Dois lugares para visitar acerca deste livro:

 

(que publicou alguns dos textos agora coligidos,

por exemplo o que partilhamos aqui: "Onde é a nossa casa?".

30.01.14

PAGOLA - O Caminho aberto por Jesus: Mateus

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       Para uma leitura mais assertiva dos evangelhos durante o ciclo de leituras do ANO A, recomendámos a leitura, entre outros, de três obras:

D. ANTÓNIO COUTO. Quando Elenos abre as Escrituras. Domingo após domingo. Uma leitura bíblica do Lecionário. Ano A. Paulus Editora, Lisboa 2013.

 

D. MANUEL CLEMENTE. O Evangelho e a Vida. Conversas na rádio no Dia do Senhor. Ano A. Lucerna. Cascais 2013. 320 páginas. 352 páginas.

 

José ANTONIO PAGOLA. O Caminho aberto por Jesus: Mateus. Gráfica de Coimbra 2. Coimbra 2010. 280 páginas.

       A recomendação, que continua válida, seria ler em cada domingo o respetivo comentário, ou ler de uma assentada, relendo em cada domingo. Porém, a estrutura do livro de Pagola, que não segue domingo a domingo o Evangelho, mas propõe a leitura de São Mateus a partir dos textos atribuídos a cada domingo, deixando outros textos, de outros evangelistas. Desta forma, e para um enquadramento geral do Evangelista da Igreja, São Mateus, esta seria uma leitura adequada a fazer de uma assentada. Foi o que fizemos.

        É neste sentido que voltámos a recomendar a leitura de Pagola, O Caminho aberto por Jesus: Mateus. Já aqui sugerimos MARCOS: Aqui, do mesmo autor e coleção.

       José Antonio Pagola tem a preocupação de situar as diversas passagens, enquadrando com o tempo de Jesus, ou com a situação em que o texto foi escrito, procurando trazer cada episódio para o tempo atual, com situações semelhantes na sociedade e na Igreja. A vivência do Evangelho há de ser libertadora, comprometida, transformadora. Salienta-se a força do Espírito em cada um e na comunidade, onde as Bem-aventuranças são um referencial incontornável, mas também o Juízo Final, a proximidade da Deus implica uma maior proximidade aos irmãos, aos excluídos, aos pobres, aos marginalizados.

       No final, o envio dos Apóstolos, que se tornam responsáveis por espalhar a Boa Nova, com palavras e com obras, com a vida, fazendo discípulos. "O ponto de arranque é a Galileia. Para lá os convoca Jesus. A ressurreição não os deve levar a esquecer o que viveram com Ele na Galileia. Ali O escutaram a falar de Deus como parábolas comovedoras. Ali O viram a aliviar o sofrimento, a oferecer o perdão e a acolher os esquecidos. É precisamente isto que devem continuar a transmitir".

O anúncio e o batismo levam uma marca trinitária.

       "O Pai é o amor originário, a fonte de todo o amor. Ele começa o amor. «Só Ele começa a amar sem motivos; mais é Ele quem, desde sempre, começou a amar (Eberhard Jüngel). O Pai ama desde sempre e para sempre, sem ser obrigado nem motivado a partir de fora. É o «Eterno amante». Ama e continuará a amar sempre. Nunca nos reinará o Seu amor e fidelidade. D'Ele só brota amor. Consequência: criados à Sua imagem, estamos feitos para amar. Só amando acertamos na existência.

       O ser Filho consiste em receber o amor do Pai. Ele é o «Amado eternamente», antes da criação do mundo. O Filho é o amor que acolhe, a resposta eterna do amor do Pai. O mistério de Deus consiste, pois, em dar e também em receber amor. Em Deus, deixar-se amar não é menos que amar. Receber é também divino! Consequência: criados à imagem de Deus estamos feitos não só para amar, mas também para ser amados.

       O Espírito Santo é a comunhão do Pai e do Filho. Ele é o AMOR eterno entre o Pai amante e o Filho amado, é Ele que revela que o amor divino não é possessão ciumenta do Pai nem apropriação egoística do Filho. O amor verdadeiro é sempre abertura, dom, comunicação transbordante. Por isso, o amor de Deus não se fica em si mesmo, mas comunica-se e estende-se às Suas criaturas. «O amor de Deus foi derramado em nossos corações pelo Espírito Santo que nos foi dado» (Rom 5,5). Consequência: criados à imagem de Deus, estamos feitos para amar, sem nos apropriarmos, nem nos encerrarmos em amores fictícios e egoístas".

 

Veja-se a SUGESTÃO da LIVRARIA FUNDAMENTOS: Aqui

29.01.14

Escola da Fé - Pe. Jorge Henrique - Evangelho de São Mateus

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       Na dinâmica pastoral das Escolas de Vivência da Fé, no dia 24 de janeiro, dia de São Francisco de Sales, realizou-se mais um encontro de reflexão, desta feita sobre o Evangelho de São Mateus, que preferentemente se lê aos domingos no ciclo de leituras do ano A. Connosco, para nos ajudar a acolher e compreender melhor o Evangelho e o seu autor, o Pe. Jorge Henrique, Pároco de Penso, Faia, Vila da Rua, Vila da Ponte e Assistente Diocesano da Obra Kolping. Foi o pregador da última Novena e Festa de Nossa Senhora da Conceição.
       Partilhamos o diaporama preparado pelo Pe. Jorge Henrique, que poderá servir a outros (pessoas e/ou comunidades) para melhor conhecerem o Evangelho de São Mateus e simultaneamente a distribuição dos textos por todo o ano litúrgico, do 1.º Domingo do Advento (1 de dezembro de 2013) até à próxima solenidade de Cristo Rei do Universo (23 de novembro de 2014).

         Relacionado com este tema, outra apresentação preparada para o ano de 2011, numa semana de formação bíblica: AQUI.

25.01.14

Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens

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       1 – «Arrependei-vos, porque está próximo o reino dos Céus». Comum a João e a Jesus, o convite ao arrependimento, aderindo ao bem, à justiça e à verdade. A motivação maior é a proximidade do Reino de Deus. São Mateus mostra-nos esta continuidade entre a voz e a palavra, entre o Precursor e o Messias, entre o Batista e o Cristo, o Filho de Deus, mas também a rutura: Jesus é a Luz para as Nações.

       Mateus mostra-nos outra continuidade, Jesus é o Messias anunciado pelo profeta: “o povo que andava nas trevas viu uma grande luz; para aqueles que habitavam nas sombras da morte uma luz se levantou. Multiplicastes a sua alegria, aumentastes o seu contentamento. Rejubilam na vossa presença, como os que se alegram no tempo da colheita… Vós quebrastes o jugo que pesava sobre o povo, o madeiro que ele tinha sobre os ombros e o bastão do opressor”.

       Jesus, qual servo sofredor, impõe-se pela Palavra, pelo Amor, pela Bondade. Com Ele, a grande LUZ, o Céu desce à terra, Deus faz-Se tão frágil, que Se torna homem, um de nós, um dos nossos.

       2 – Veja-se, antes de mais, a delicadeza de Jesus. Inicia a vida pública, ou pelo menos, torna mais visível e intensa a sua atividade missionária a partir do momento em que João Batista foi preso. Não faz concorrência a João, nem ofusca o seu ministério, ainda que a consciência cada vez mais esclarecida de João apontem para Jesus.

       A continuidade discursiva (e prática) é evidente. A marca dos discípulos de João é a mesma dos de Jesus: conversão, adequação da própria vontade à vontade de Deus. Com Jesus vem a força do Espírito Santo que Ele dará a todo aquele que se predispuser a alargar o próprio coração para acolher Deus e se dar aos irmãos.

       De início Jesus faz-Se acompanhar mais de perto por alguns discípulos. Anuncia-se o Evangelho a pessoas concretas, ao Sr. António, à D. Maria que todos dias vejo à janela, ao Sr. Joaquim que me dá boleia para o trabalho, ao Luís que sempre me fala, ao tio Zé que fica feliz quando me vê e lhe pergunto se a esposa está melhor.

       Jesus cruza-se com pessoas de carne e osso e, sendo verdadeiramente Homem, precisa de outras mãos e de outros corações. Precisa de quem possa continuar o que Ele diz e faz. Chama Pedro, Tiago e João, André e Filipe, Mateus e Judas, Ana e Sofia, Ricardo e Maria, chama cada um de nós. Ouçamos o que diz, vejamos o que faz, para depois sermos nós evangelizadores, refletindo o Deus que nos habita.

       «Vinde e segui-Me e farei de vós pescadores de homens». Eles foram. E nós, aceitamos o repto de Jesus? Pelo caminho, Jesus anuncia o Reino de Deus, cura as pessoas das suas enfermidades. As palavras concretizam-se em gestos concretos.

 

       3 – Para seguir Jesus há certamente muitas condições, o essencial, porém, é deixar-se plasmar e guiar pelo Espírito Santo. Não vamos sozinhos. Deus está connosco, através do Seu Espírito de Amor. Quando as trevas forem mais fortes, rezemos, voltemos a rezar, para que a Sua vontade se realize em nossas vidas.

       “O Senhor é minha luz e salvação: a quem hei de temer? O Senhor é protetor da minha vida: de quem hei de ter medo?”. Se Ele está por nós, quem estará contra nós?


Textos para a Eucaristia (ano A): Is 8, 23b – 9, 3 ; Sl 26 (27); 1 Cor 1, 10-13.17; Mt 4, 12-23.

 

Reflexão Dominical COMPLETA na página da Paróquia de Tabuaço

e no nosso outro blogue CARITAS IN VERITATE.

18.01.14

Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo

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       1 – Há 8 dias o Céu abriu-se e escutamos a voz do Pai: «Este é o Meu Filho muito amado no qual coloquei todo a minha confiança». Hoje é o Batista que dá testemunho acerca de Jesus: «É d’Ele que eu dizia: ‘Depois de mim vem um homem, que passou à minha frente, porque era antes de mim’. Eu vi o Espírito Santo descer do Céu como uma pomba e permanecer sobre Ele. Eu não O conhecia, mas quem me enviou na batizar na água é que me disse: ‘Aquele sobre quem vires o Espírito Santo descer e permanecer é que batiza no Espírito Santo’. Ora, eu vi e dou testemunho de que Ele é o Filho de Deus»

      João volta a dar de caras com o Messias e não tem dúvidas: «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo». O encontro com Jesus provoca reações. Também em João. Transborda a alegria de O encontrar, de O reconhecer e de dar TESTEMUNHO acerca d'Ele.

       2 – «Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo». Este anúncio coloca-nos na história do povo de Israel, história de eleição e de aliança. Liga-nos ao seguimento de Jesus. Insere-nos na celebração da Páscoa, em cada Eucaristia.

       Cada ano o Sumo-Sacerdote entra no Santo dos Santos, o lugar mais sagrado do Templo e oferece um sacrifício de expiação pelos pecados do povo. Oferece um cordeiro novo, sem mancha nem defeito, cuja morte sacrificial expia os pecados de todo o povo (cf Is 52,13ss). É o dia do grande Perdão. Na celebração da Páscoa, a família reúne-se e come o cordeiro pascal (cf. Ex 12,1-28), recordando o dia da libertação do povo, escravo no Egipto.

       João Batista faz-nos compreender que estamos diante do Cordeiro que definitivamente há de tirar o pecado do mundo. É o Sacerdote por excelência que Se oferece a Si mesmo, como Cordeiro, de uma vez para sempre a favor de todos (cf. Heb 10, 11-18).

A cruz começa a desenhar-se nas palavras simples e diretas do Batista. Os braços que se estenderão na cruz espelham o AMOR de Deus, que Se faz frágil para que O encontremos bem perto de nós.

       Cada domingo nos reunimos como seguidores de Jesus, para nos recordarmos da Sua entrega a nosso favor, mas sobretudo para vivermos hoje no DOM que nos é oferecido, a vida nova no Espírito. A Eucaristia guia-nos até nos fazer levantar os olhos, e o coração, e a vida, para o CORDEIRO que tira o pecado do mundo. É o mistério maior da nossa fé, o pão e o vinho transformam-Se, pela ação do Espírito Santo, em Corpo e Sangue de Cristo. Quando nos sentamos à mesa, alimentamos o corpo e fortalecemos os laços que nos unem com a família e com os amigos. Quando o alimento é o próprio Jesus Cristo, tornamo-nos com Ele um só Corpo, uma só família.

 

       3 – São Maximiliano Kolbe é um belíssimo exemplo de alguém que assume ser outro Cristo, dando a sua vida a favor de um irmão.

       Em plena segunda Guerra Mundial, num campo de concentração, em Julho de 1941, um prisioneiro, do bunker onde se encontra Maximiliano Kolbe, foge. Para dissuadir qualquer fuga e para vingar aqueles que o conseguiam, os nazis enviavam 10 outros prisioneiros para uma cela isolada até morrerem de fome e sede. No caso presente, o prisioneiro fugitivo viria a ser encontrado morto, afogado numa latrina. Mas antes, foram selecionados 10 prisioneiros para morrer. Ouve-se o choro de um prisioneiro que deixa mulher e filhos. O padre Kolbe pede então para tomar o seu lugar e o seu pedido é aceite. Passadas duas semanas, apenas quatro dos dez homens sobrevivem, entre os quais Kolbe. Os guardas nazis executam-nos com uma injeção de ácido carbónico. Morre em véspera da Assunção de Nossa Senhora, a 14 de Agosto de 1941, dia em que celebrámos a sua memória.

       É um testemunho que torna luminosa a entrega de Jesus Cristo em favor da humanidade inteira e, por conseguinte, Ele é o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, resgatando-nos às trevas, introduz-nos na vida de Deus.


Textos para a Eucaristia (ano A): Is 49, 3.5-6; Sl 39 (40); Cor l, 1-3; Jo 1, 29-34.

 

12.01.14

Boletim Paroquial Voz Jovem - out-dez 2013

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       Boletim VOZ JOVEM dos meses de outubro, novembro e dezembro. Após alguma reflexão, o boletim paroquial sofreu novas alterações, desta feita quanto à cor e à periocidade. Para ver como resultaria e tendo em conta que todos os domingos é distribuída a Folha Dominical com a reflexão do pároco, com os cânticos sugeridos para a Eucaristia, e com as informações das diversas atividades e celebrações, o Voz Jovem passará a ser impresso a cores, mais dispensioso mas com menos edições, quatro ao ano.

       O primeiro boletim a cores é dedicado especialmente à Festa da Padroeira, a Imaculada Conceição, nos 25 anos do Monumento erigido em Sua honra, na Fraga do Tostão, sob a vila e paróquia de Tabuaço. Além de algumas imagens, das várias celebrações de outubro a dezembro, textos sobre a novena e e festa de Nossa Senhora da Conceição, avalanchas da fé, preparação dos jovens para o Natal, e a Consagração a Nossa Senhora da Conceição feita há 25 anos, pelo pároco de então, Pe. Manuel Pinto Afonso.

O Boletim poderá ser lido a partir da página da Paróquia de Tabuaço, ou fazendo o download:

11.01.14

Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência

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       1 – «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência».

       Se há verdade que Jesus faz questão em vincar é precisamente que Deus é Pai. Haveria (e ainda há) a imagem de um Deus distante, juiz, pronto a castigar-nos e exigir tudo de nós, parecendo que a felicidade de Deus dependeria do nosso sofrimento. Quanto maior fosse o nosso sofrimento maior seria o Seu contentamento. Jesus desfaz este distanciamento. Deus é tão próximo que Se faz um de nós, assume a nossa fragilidade. "Para Jesus a verdadeira metáfora de Deus não é o «cedro», que faz pensar em algo grandioso, mas a «mostarda», que sugere o pequeno e insignificante" (J. Pagola).

       O Deus que Jesus nos revela é Pai. Ele espera por nós. Acredita em nós. Aposta em nós. Quanto maior a nossa felicidade, a nossa alegria, tanto maior o Seu sorriso. Se um de nós é feliz mas à volta há alguém a precisar de ajuda, de uma palavra, de um ombro amigo, ou de bens para viver com dignidade, o meu, o teu, o nosso compromisso com Deus obriga-nos a fazer o que está ao nosso alcance para solucionar ou minorar a dor alheia, o sofrimento dos nossos irmãos.

       2 – «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência». No Batismo e na Transfiguração (Mt 17,1-19), Deus declara a Sua predileção pelo Filho, por Jesus. É extensível a nós.

       Jesus encontra-se com João, o Batista. Ouviram falar um do outro. João vem antes, no tempo. Prepara a chegada do Messias. Batiza na água. É um batismo simbólico que antecipa o verdadeiro batismo, operado pela morte e ressurreição de Jesus Cristo.

       Jesus revela-Se nos gestos simples e banais, é Um entre nós. Não começa por dizer que é Deus ou filho de Deus, começa por viver como nós, submetendo-se às nossas leis, preceitos, tradições.

       Durante mais de trinta anos Jesus vive como qualquer simples mortal. Em casa dos pais. Vai às festas da família e da aldeia, está presente no luto de familiares, amigos e vizinhos. Come. Bebe. Trabalha. Torna-se carpinteiro. Está entranhado na comunidade de Nazaré.

       Entretanto submete-se ao batismo de João, no Rio Jordão. João sabe que Jesus não precisava de ser batizado: «Eu é que preciso de ser batizado por Ti e Tu vens ter comigo?». Logo Jesus contesta dizendo: «Deixa por agora; convém que assim cumpramos toda a justiça».

       Jesus integra a multidão, não está acima ou de fora. Com efeito, ao longo da Sua vida pública é vê-l’O ir à margem, à beira do caminho, às periferias, buscar os que andam perdidos.

       3 – «Este é o meu Filho muito amado, no qual pus toda a minha complacência». Esta é a voz que vem do Céu. Com efeito, logo que foi batizado "abriram-se os céus e Jesus viu o Espírito de Deus descer como uma pomba e pousar sobre Ele" e fez-se ouvir a voz do Pai, como testemunho, como desafio, envolvendo-nos.

       Ele é o Messias de Deus, o Príncipe da Paz. Vem como aragem suave que convida, e não como vendaval que destrói. Sobre Ele repousa o Espírito de Deus para trazer a paz, a justiça, a concórdia a todas as nações. Ele é a LUZ verdadeira que ilumina toda a treva.

 

       4 – Somos batizados na água e no Espírito, na morte e ressurreição de Jesus Cristo. É um batismo novo, redentor, sacramental, traz-nos a oferenda de Jesus a nosso favor, introduz-nos na vida de Deus.

       O encontro com Deus gera “seguidores”. Jesus é assumido pelo Pai, publicamente, na assembleia reunida no Jordão, e a partir do Batismo torna-se o Profeta, por excelência. Após os batismo, os discípulos tornam-se apóstolos, anunciadores do Evangelho. E com a Palavra, imitando o Mestre, levam o conforto, a esperança, a cura.

        Como é que vivemos o nosso Batismo? Somos pessoas diferentes? Que significa para nós sermos batizados?


Textos para a Eucaristia (ano A): Is 42, 1-4.6-7; Atos 10, 34-38; Mt 3, 13-17.

 

Reflexão Dominical na página da Paróquia de Tabuaço

ou no nossoblogue CARITAS IN VERITATE.

04.01.14

Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O

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       1 – Dia de Reis, ainda que sejam magos (estudiosos) e não reis, este é o Dia da manifestação de Jesus ao mundo inteiro como o verdadeiro Rei de Israel. Os Magos, vindos do Oriente, de todo o mundo conhecido naquela época, representam a humanidade que procura Deus e se prostra diante d'Ele em adoração, não como o escravo frente ao seu senhor, mas como filho diante do Pai.

       A Boa Nova para hoje mostra os Magos à procura do Messias, o rei dos judeus que acaba de nascer: «Vimos a sua estrela no Oriente e viemos adorá-l’O». Tal notícia apanha alguns desprevenidos e instalados, como Herodes, os príncipes dos sacerdotes e os escribas. Ali tão perto e não se deram conta de nada, ao pé do sino sem ouvir as horas! A preocupação primeira de Herodes é saber se de facto os “boatos” se confirmam, pois logo vislumbra uma possível ameaça ao seu poder. Afinal é ele o rei dos judeus e não qualquer criança que possa nascer. “Herodes mandou chamar secretamente os Magos e pediu-lhes informações precisas sobre o tempo em que lhes tinha aparecido a estrela”. Para Herodes aquela criança é uma ameaça!

       Os Magos seguem a estrela que tinham visto no Oriente. Quando veem a estrela a fixar-se no lugar onde estava o Menino, “sentiram grande alegria. Entraram na casa, viram o Menino com Maria, sua Mãe, e, prostrando-se diante d’Ele, adoraram-n’O. Depois, abrindo os seus tesouros, ofereceram-Lhe presentes: ouro, incenso e mirra. E, avisados em sonhos para não voltarem à presença de Herodes, regressaram à sua terra por outro caminho”.

       2 – A adoração dos Magos é um quadro que poderemos e deveremos viver na atualidade. Em primeiro lugar, a certeza de que Deus é Pai, e nunca abandona a obra criada. Ele toma a iniciativa de nos procurar, de vir ao nosso encontro. Dá-nos sinais para O encontrarmos.

       Os Magos. Acolhem o chamamento de Deus. Vivem disponíveis para escutar e para ver. Deixam-se surpreender pela novidade. Não estão enclausurados na sua concha. Levantam o olhar para o horizonte e para os outros. O limite é o céu. Buscam a vida até ao Infinito. Uma estrela nova. É necessário disposição para a escuta, para acolher o chamamento. Não se enche um cálice que está a transbordar!

       Mas não basta acolher os sinais que vêm do Céu, é preciso pôr-se a caminho, arriscando, sabendo que haverá dificuldades. Os Magos deixam o conforto da sua casa e da sua terra e partem ao encontro d'Aquele que a estrela lhes revelará. Nem sempre a estrela estará visível, a dúvida e a hesitação podem advir, a incerteza sobre o caminho a percorrer. Herodes recebe o mesmo sinal, o Menino que nasceu, mas nem por isso se põe a caminho, deixa-se ficar, juntamente com escribas e sacerdotes, no Palácio, no seu lugar de conforto.

       Chegados ao local onde está o Menino, rapidamente se prostram em adoração, transparecendo amor, entrega, proximidade, contemplando o mistério do mundo com ternura e benevolência, com amor. A adoração não nos desliga do compromisso. Quanto mais perto de Deus, mais perto dos Seus filhos. «Quem meus filhos beija minha boca adoça». A adoração leva-nos a oferecer o melhor de nós mesmos, em atitude de reconhecimento e louvor. Magos e pastores dão do que têm, as suas vidas, deixam o que estão a fazer e partem ao encontro de Jesus, dão o tempo e o coração, a vida. Os magos oferecem também: ouro – símbolo da dignidade do ser humano; incenso – abertura ao transcendente, disponibilidade para participar na vida de Deus; mirra – todos buscamos cura, cuidados, alívio, conforto, justificação. De onde nos virá a resposta à nossa inquietação?

       Alegria, que atinge a sua expressão máxima no encontro com Jesus, o Deus Menino. Os magos vivem pequenas alegrias que os faz caminhar com esperança, culminando no encontro com o Menino, com Maria e José. Esta alegria contagiante levá-los-á por novos caminhos. Com efeito, o encontro com Deus provoca conversão. Aquele que se encontra com Jesus não pode voltar à vida anterior. Há novos desafios. São os mesmos Magos que se puseram a caminho, mas transformados pelo olhar d'Aquele criança, comprometidos com o anúncio da Boa Notícia a todos os povos. A imensidão da alegria e da conversão fazem trasvazar o que nos vai na alma. Não é possível guardar tamanho tesouro só para nós. A luz não se pode esconder debaixo do alqueire!

       Chamamento. Resposta – pôr-se a caminho. Atitude – adoração. Sentimento – alegria. Frutos – conversão e anúncio do Evangelho. Testemunho.


Textos para a Eucaristia (ano A): Is 60, 1-6 ; Ef 3, 2-3a.5-6 ; Mt 2, 1-12.
 
ou no nosso blogue CARITAS IN VERITATE.

03.01.14

Papa FRANCISCO - Espírito de Natal

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Papa FRANCISCO. Espírito de Natal. Paulus Editora. Apelação 2013. 88 páginas.

       A Paulus Editora brinda-nos com este pequeno livro, com mensagens do Papa Francisco para o Natal, homilias na noite de Natal, mensagens à Diocese de Buenos Aires, reflexões sobre esta quadra.

       Diríamos desde logo que os textos apresentados são do papa Francisco e não são do Papa Francisco, pois referem-se a um período anterior, como Arcebispo de Buenos Aires, o então D. Jorge Maria Bergoglio. São do Papa Francisco pois a linguagem acessível, simples, familiar, transparecendo proximidade de fé é a mesma que atualmente utiliza como Bispo de Roma, como Papa. Assim também os temas estão na base do discurso, das mensagens e das homilias de Francisco. A este propósito se vê claramente uma continuidade. A pessoa é a mesma, como Arcebispo e Cardeal e como Papa, as coordenadas são semelhantes: fé em Cristo, alegria, proximidade sobretudo com os mais próximos, diálogo, cultura do encontro e da proximidade.

       Obviamente que a esta altura do campeonato há muito livros escritos sobre o Papa Francisco, muitos livros com as suas intervenções na Argentina, e agora como Papa. A Paulus faz-nos o favor de agregar textos para esta quadra, desafiando-nos a colocar Jesus Cristo no centro do Natal, com Maria e José, com as pessoas simples, como os pastores, em contágio com o mundo inteiro, como os magos do Oriente.

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